Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Conforme a ciência oficial do plano físico, há simplesmente duzentos e cinqüenta tipos de células no organismo humano. Somente uma destas categorias, a das células hepáticas, porta cinqüenta funções – uma delas que colapse, todo o sistema orgânico periclita.
Procuremos enxergar nossas existências e nossas psiques, como complexos feixes de funções, que devem ser desdobradas concomitantemente, a benefício da totalidade do ser. Nossas próprias individualidades, no contexto das comunidades de que somos peças integrantes, devem ser administradas como se fossem (e de fato são) um concerto de vetores funcionais, de finalidades, de necessidades a serem atendidas, sem prejudicar as demais: nossas ou dos irmãos em humanidade, com quem devemos interagir.
Que não interpretemos como desagregação e degradação o aparente caos da multiplicidade de carências, aspirações e conflitos que nos são indissociável apanágio da condição humana; e busquemos, descortinemos e foquemos a ordem implícita; a coesão que subsiste, subliminarmente, em meio à cacofonia de ímpetos internos e fatores externos a nos influenciarem e mesmo formarem nossa estrutura psicológica.
Lutemos por encontrar e viver o empenho da harmonização, ante a confusão. A confusão é aparente, tanto quanto a contradição, já que, em passando ao nível seguinte de organização de idéias, sentimentos e valores, descobrimos, claramente, aquilo que condiz com o conjunto das necessidades de cada uma das áreas de nossas vidas e de todos os departamentos de nossas almas.
Em resumo, devemos viver e encontrar o Fluxo, o Fluxo que, na tradicional e arquimilenar filosofia chinesa, é chamado de Tao (*) – a grande manifestação energética e de eventos que representa o desígnio divino, em qualquer circunstância ou fenômeno da vida.
Se procuramos, pela voz da intuição, pelo barômetro da consciência, pelo termômetro da paz, estar constantemente nos trilhos deste fluxo de sentimentos de equilíbrio, de dever cumprido, estaremos sempre cumprindo a vontade de Deus, para nós, instante a instante de nossas existências.
Compenetremo-nos desta necessidade figadal: seguir o Fluxo, para que possamos estar alinhados com o Criador; e, destarte, possamos tornar exeqüível o ideal da felicidade, apesar de todas as limitações encontradiças em nosso estágio de seres profundamente imperfeitos.
É possível, sim, perceber este Fluxo, apesar de, aqui ou ali, as falhas de leitura serem inevitáveis, por conta de nosso enorme coeficiente de falibilidade. Porém, somente o exercício, o esforço constante de aprendizado desta leitura mística, que deve ser contínua, no empenho vígil da consciência, propiciar-nos-á galgarmos níveis progressivos de satisfação, de plenitude e de paz.
É possível, sim, isto. Constitui um dever de todos nós. É o único caminho para que estejamos crescentemente melhores, como seres humanos e como almas em processo de realização; e, portanto, em paz, nas nossas relações com o próprio universo interior, com o mundo externo e com Deus.
(Mensagem recebida psicofonicamente ao final da palestra pública do domingo 9 de outubro, no Espaço Emes, Aracaju – Sergipe).
(*) Surgiu, a partir do pensamento de Lao-Tsé, grande sábio chinês que viveu no sexto século antes de Cristo, um dos maiores luminares da História humana na Terra, a corrente religio-filosófica denominada “Taoísmo”, que se fulcra neste conceito de Tao.
(Nota do Médium)