pelo espírito Eugênia.

Enquanto te vês, alma generosa e boa, à beira do “colapso nervoso”, esfalfando-te por fazer o que foge, praticamente, ao poder humano realizar, recorda-te de que és observada, acima das nuvens de tua tristeza e de teu profundo esgotamento, por grandes Seres de Luz, que te amparam os passos de coração devoto…

Reafirma teus votos sagrados de perseverança e segue, porque, lembra-te: assim sofreram mártires e místicos de antanho, carregando a cruz da redenção de si mesmos e de muitos. Persiste, porque, se percebes que o ideal pode te pesar, nem de longe se compararia tal peso ao esmagamento insuportável da própria consciência ignorada ou desrespeitada…

Podes supor absurdo que um só deva ser tão onerado, ao passo que tantos descansam, negligentes. Visualiza, para te facilitar o entendimento do que se passa, a professora humilde, sozinha, em escola distanciada de centros urbanos, em meio inculto e sem auxiliares a dividir as numerosas tarefas, para dar conta de uma turma inteira de crianças de diversas faixas etárias e variado nível de aprendizado – como soía acontecer em tempos remotos -, e terás uma noção aproximada, metafórica, do que acontece contigo. Todavia, apesar da imagem sombria que configura, alegoricamente, tua sobrecarga, não percas de vista que o mérito e o crédito são proporcionais à dimensão do esforço e da dificuldade que suportas, na realização da obra ingente que encabeças.

Lá fora, divisando através da janela pobre da sala de aula improvisada com poucos recursos, vês agricultores simplórios que te supõem inglório o empenho no ensino. Riem-se de ti ou te deploram o trabalho, como inútil ou desnecessário, pugnando alguns até por suspender tuas atividades luminíferas, no magistério digno e sacrificado, para terem de volta, como força operacional na lavoura, no abuso ímpar do trabalho infantil, seus filhinhos, carentes de letras e luzes para o espírito. Assim, em vez de ao menos teres o apoio para tanto sacrifício pessoal, ainda tens que enfrentar a zombaria e a perseguição gratuitas de muitos, precisando navegar contra a correnteza do “status quo” cultural e psicológico do ambiente a que foste enviada.

Mas, que fazer, se te sentes compelida, irrefreavelmente, pelo sagrado impulso de ofertar o esclarecimento às almas infantes que te aguardam as gotas de sabedoria e de alimento para a alma? Terias condições – responde-me, alma boa – de dar as costas aos olhinhos súplices e sequiosos de socorro daqueles pequerruchos de rostos macilentos, podendo lhes conceder a linfa sagrada do conhecimento, que lhes pode transfigurar o panorama da existência para melhor? Então, se os loucos que te apupam de louca não sabem que fazes tudo pela felicidade alheia, que adianta deblaterares, amiga? Ouve os reclamos sublimes do teu coração missionário, enviado pelo Criador à localidade sofrida em que te encontras, para abrir picadas na floresta antes intransitável da rudeza de mentes e vidas que te seguem à retaguarda evolutiva, e dá continuidade, assim, a teu ministério subido de elucidação das consciências e iluminação dos destinos humanos…

Prossegue, pois, cara professorinha da Luz. És notada pelos anjos do Céu. E, sendo assim, que importa que o mundo te grite ou te enxovalhe o nome? Deus te vê, e tens a consciência em paz, apesar da mente azucrinada de dores e conflitos por ora incompreensíveis para teus acusadores enlouquecidos de insensibilidade. E, amiga, estar alinhada com o Ser Supremo e com a própria consciência, sem dúvida, é tudo que vale a pena na vida, sem o que nada faz sentido ou pode proporcionar qualquer forma de paz, muito menos de felicidade…


(Texto psicografado pelo médium Benjamin Teixeira, em 17 de julho de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

Fonte: http://www.saltoquantico.com.br