Benjamin Teixeira
pelo espírito
Temístocles.

(Platão e Aristóteles: gênios compõem uma rede mestre-de-discípulo-que-se–torna-mestre-de-outro-discípulo que se encadeia, ininterruptamente, pelos séculos.)

Você disse ter permutado a terapia por disciplinas de oração e reflexão. Isso equivale a dizer a uma pessoa que não vá à escola, bastando meditar em casa, que o conhecimento lhe será revelado por graça divina. A confissão para os católicos; a consulta aos gurus e avatares, para os orientalistas; a procura de terapeutas e conselheiros, para os que adotam uma abordagem mais ecumênica, moderna e lúcida constituíram sempre uma das bases precípuas da Espiritualidade legítima na Terra.

Deus está no próximo – o Criador serve à criatura por meio de outra criatura. Como disse o Cristo: “Como podeis amar o que não vedes se não amais o que vedes?” Mais importante ainda, asseverou o Mestre: “Olhai, vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Observe cuidadosamente: trata-se de uma escala de prioridades funcionais, cumulativas em sua constituição, dependentes dos estágios anteriores, uma série metodológica de psicologia e espiritualidade profundas. Quem não a obedece, chafurda nos maiores equívocos espirituais – que costumam ser os mais clamorosos. Afirmá-lo não significa que não poderemos começar a orar, antes de começar a ter uma visão mais clara da coisas e eventos da Vida (olhai), ou nos autoavaliar com mais clareza (vigiai), mas que estas duas primeiras funções: a do inteligir e intuir corretamente são mais relevantes que deprecar por socorro do Alto (orai), pois que as Forças de Cima não pactuam ou se mobilizam em atitudes que nos viciem na postura acomadatícia, e sim nos favorecem, por meios diretos ou indiretos, a evolução. Ou seja, retornamos aos primeiros itens: “olhai, vigiai…” – percepção fria e análise judiciosa de si próprio (escoimada dos falaciosos filtros do ego), para que então se possa até orar com o padrão psicológico, a sintonia espiritual apropriados, a intenção, o propósito legítimos. Por isso, a oração vem por último – ou seja: só acontece com qualidade, quando os dois prerrequisitos anteriores estão sendo cumpridos à risca.

Assim, reiterando e fixando: primeiro, temos que fazer a leitura correta dos fatos e acontecimentos (olhai), depois, vivenciar a autocrítica fidedigna com quem realmente somos, ou como e por que interagimos de certa forma com estes fatos e eventos previamente notados (vigiai), para que se constitua uma pirâmide de hierarquia ético-moral propiciadora de mais profundo e eficaz processo de transcendência. Por exemplo: exigir-nos o que nos sugere o coração e não o que nos enseje a acomodação ao ego, que não quer pedir socorro nem admitir falhas. Busquemos terapia, orientação externa, aconselhamento com alguém mais experiente ou preparado para funcionar à guisa de um psicopompo de nosso processo de despertar. Somente assim, orar será espiritualmente saudável, e então poderemos agradecer, louvar e pedir a continuidade das bênçãos que, com essa conduta, fizemos por merecer.

Oração no estado de espírito de quem se julga sem necessidade de auxílio externo ou de se abrir e confiar em alguém ou de se sentir livre de faltas ou limitações, gera perversão em vez de elação e sublimação do Espírito. Lembremo-nos do Cristo, dizendo do fariseu rico e limpo: “Senhor, obrigado porque não sou como aquele pecador…” – que  não saíra justificado do templo, ao passo que o “publicano” humilde, que fora visto como inferior, pelo religioso arrogante, não só reconhecia sua falibilidade humana, mas se julgava indigno até de elevar os olhos ao altar. Este, sim – asseverou o Mestre – estava perdoado de seus “pecados”, isto é, havia feito uma genuína experiência de aproximação de si com o Divino.

Afora isso – o aval do Mestre Supremo – a história da religião de todas as épocas e culturas, com suas hipocrisias generalizadas e posturas genocidas (chegando-se a perpetrar maldades, em grande escala, em nome de Deus), em alguns picos sinistros do seu maior desvão de propósito, bem pode respaldar-nos as assertivas draconianas, dentro da delicadíssima temática.

(Texto recebido em 24 de julho de 2009.)

Convite:

O Inconsciente, o Guia Espiritual e a Alma Gêmea.

A complexa, perigosa e inevitável (para o amadurecimento psicológico) travessia do inconsciente, com seus meandros de regressão espontânea de memória, projeção de potencialidades difusas para o futuro, contato com mentes perturbadas da outra dimensão de vida e os inerentes transtornos emocionais que toda criatura porta, no bojo de sua psique, enfeixarão o primeiro tema da palestra desta semana de Benjamin Teixeira, a imbricar-se com o segundo assunto da sua preleção de domingo: a da irônica e trágica experiência de confundir-se o Guia Espiritual (também conhecido por “Anjo da Guarda”) com forças do mal, levando o indivíduo a “defender-se” das Inteligências desencarnadas Representantes de Deus na vida de si próprio. Encerrando a primeira parte dos trabalhos da noite (que são confiados ao médium de Eugênia), será realizado um estudo em torno da linda e poética busca e luta por encontrar e viver em união mística com a Alma Gêmea, com todos os naturais desafios a serem faceados, neste feito legendário, mítico, arquetípico e espiritual. Na parte final da reunião, como sempre, haverá a palestra mediúnica realizada, diretamente, pelo Espírito Eugênia – a sábia santa da Espiritualidade Sublime –, por meio das faculdades psicofônicas do escritor de 19 livros. Eugênia é responsável por inspirar a criação do hoje programa mais antigo da televisão brasileira na temática Espiritualidade, transmitido, digitalmente, para toda a América Latina, via satélite. A conferência que reúne, semanalmente, uma nata respeitável da inteligência sergipana, acontece no auditório da Sociedade Semear, Rua Vila Cristina, 148. Domingo, 26 de julho, às 20h. Mais informações: 3041-4405 ou perguntas@saltoquantico.com.br.

Equipe Salto Quântico.