pelo espírito Anacleto.
Discipline-se no viável, para que realize o improvável. Sacrifique-se no supérfluo, para que conquiste o essencial. Alije futilidades de si, para que se torne quem realmente é. Seja tudo que é, e se sentirá possuindo o mundo, ainda que mal tenha um pedaço de chão onde recostar a cabeça.
Não pense que tal proposta seja difícil. Exige-se-lhe apenas determinação.
Não se coloque abaixo do que realmente é. Você é herdeiro da eternidade e pode qualquer coisa que realmente queira com as fibras mais íntimas do próprio coração. Realizar seu ideal não é uma quimera, um sonho impossível, mas um dever de consciência, de que será cobrado diante dos Mentores e de Deus.
Não tem o direito de dizer não, ante o chamado de Deus. Não tem o direito de se negar a fazer o seu máximo pelo bem da Humanidade, se esse é o preço que pode pagar ao Criador, pela graça incomensurável de existir. Assim, se a Vida lhe cobra um tributo de esforço, devotamento e entrega no serviço do bem, sinta-se honrado com o desafio e não regateie assumir toda a responsabilidade pelo que se lhe pede, em verdade beneficiando principalmente a si mesmo em primeiro plano, ao se lançar a um padrão de consciência mais alto, no empenho de realização da tarefa.
As pessoas que serão beneficiadas, direta ou indiretamente, pelo seu empenho nesse projeto, não saberão (nem se interessarão) em conhecer os motivos de uma eventual desistência sua: somente padecerão terríveis conseqüências. Você quer isso? Que sofram por sua negligência? e aos montes? Quer esse débito na sua conta? Como enfrentará milhares de almas que poderiam ser auxiliadas por seu esforço, que poderiam ter suas vidas transformadas, ou mesmo viabilizadas, por sua dedicação, e que não terão vivido tudo que poderiam, porque você faltou com sua parte? Vivemos em complexa cadeia de inter-influenciação, e a quebra de um elo prejudica toda a corrente. Não seja aquele que contribui para o arrebentamento do trabalho maior, da harmonia do conjunto.
Esse chamado é importante demais para que possa ser ignorado ou tratado com menos que total atenção e interesse. Se partisse de grande autoridade humana, provavelmente você envidaria todos os esforços no sentido de atendê-la. E como não fazê-lo em relação ao Criador, a Quem tudo devemos?
E, por fim, não acredite nas seduções da dúvida e do desânimo, que lhe alvitrarão tratarem-se as intuições do seu ideal de criação de sua mente e não de uma delegação divina. Adapte, relativize ao que for viável, mas não deixe de perseguir o que seu coração lhe sugere como o trabalho de sua alma, ou viverá com a consciência flamejante de culpa e frustração, por não ter dado tudo de si, no sentido de realizar o desígnio divino a seu respeito, o pedido que a Infinita Bondade dirigiu à sua pessoa. Se você atenderia, de coração, à solicitação amistosa e gentil de alguém bom e justo, como se negaria a atender ao pedido do Supremo Amor?
Se lhe faltarem forças ou recursos, siga fazendo o que está em seu alcance, e o Senhor suprir-lhe-á de meios, energia e inspiração para a obra. Não importa fazer muito nem fazer grande, mas fazer com coração e fazer sempre. Deus vê qualidade, não quantidade. Deus vê profundidade e não extensão.
Faça agora o seu melhor, e deixe o resto por conta de Deus.
(Texto recebido em 21 de julho de 2001.)