As “cicatrizes de guerra” indicam não somente a passagem por um confronto bélico propriamente, mas não raro também o estigma resultante de equívocos na estratégia dos generais ou na ação por parte dos soldados e seus oficiais diretos, nos fronts de batalha.
Mais do que condecorados como heróis, os feridos e/ou mutilados em serviço de “bravura” devem ser objeto de estudo, sob estas duas perspectivas: a da logística dos mandantes e a da operação direta dos combatentes do bem. A começar, estariam ambos, tanto estrategistas quanto guerreiros, realmente a serviço do bem?
O perigo da glamourização do sofrimento ou da suportação de sacrifícios é que as marcas e sequelas de combate frequentemente são inúteis, quando não ruinosas, ainda que os deslizes ou mesmo crimes tenham sido cometidos com as “mais nobres intenções”, inclusive com o blasfemo rótulo de “Vontade de Deus”.
Revejamos, na história, os horrores elaborados e encetados por tiranos da religião e da política que conduziram milhões de civis e militares à barbárie das guerras pela “pureza religiosa”, “racial” ou “social”, como os trágicos exemplos dos genocídios perpetrados durante as cruzadas, na Idade Média, e dos que foram levados a cabo, há menos de um século, por uma tríade dantesca e sua campanha ominosa de limpeza étnica e ideológica: Hitler, Stalin e Mao Tsé-Tung.
Que as almas realmente empenhadas em aprender e aprimorar-se busquem se analisar em profundidade e se desvestir das máscaras protetoras da autoidealização, para que então estejam aptas a extrair lições construtivas e prolíferas do lodo das quedas em que hajam incorrido e das vicissitudes que hajam padecido, não importando que, em primeiro exame ou numa ótica mais superficial, se sintam ou de fato tenham sido vitimadas nos enredos evolutivos da existência.
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Bethel, CT, região metropolitana de Nova York, EUA
11 de julho de 2020