Civilização é o trabalho arquimilenar, em etapas infinitas de refinamento, que conduz a humanidade, paulatinamente, do primitivismo animal à transcendência da angelitude.
Basta adotarmos uma perspectiva temporal significativa, e o conceito fica mais claro: há 10 mil anos, o ser humano descobriu a agricultura no planeta, e há 20 mil, estava na selva, imiscuído a outras espécies de nossos irmãos animais. Onde e como estaremos, individual e coletivamente, neste pequeno rincão do universo conhecido, dentro de mais 10 mil anos?…
Observe o(a) prezado(a) leitor(a) que sequer incluímos, neste breve exercício de especulação, a velocidade exponencialmente acelerada do progresso humano, tanto na esfera tecnológica e científica, quanto na dos costumes e paradigmas filosóficos e morais, que farão os próximos mil anos – e não 10 mil – parecerem muito mais, em termos de resultados evolutivos, que a soma dos dois outros blocos anteriores de dezenas de milhares de anos.
Ser educado(a), ilustrar-se e governar os próprios impulsos não implicam hipocrisia social ou repressão dos instintos, embora esses dois indesejáveis epifenômenos da razão e do ego ocorram com frequência, na elaboração dos processos civilizatórios, e componham parte da experiência da condição humana, inexoravelmente atrelada ao livre-arbítrio e, portanto, ao crescimento no âmbito da inteligência e do juízo de valor, por caminhos de escolha intransferivelmente pessoal – amiúde infeliz e malevolente.
O esforço de se aprimorar e fomentar, com bom senso, a sublimação dos aspectos primários de si, para melhor aproveitamento de energias psíquicas e oportunidades de realização e aprendizado, constitui dinamismo elementar do ser consciente que, em graus progressivos de complexidade e amplitude, voluntária ou involuntariamente, busca propósito para a existência, desenvolvimento da própria individualidade e serviço a ideais no campo do bem comum.
Temístocles (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
27 de junho de 2019