Benjamin Teixeira
pelo espírito
Temístocles.

A agro-pecuária já foi a base de muitas economias do passado, como a brasileira, que hoje estagia na condição sui-gêneris de país industrializado e, simultaneamente, enveredando na direção da predominância de estruturas organizacionais pós-industriais. Há países hoje quase que totalmente voltados para as funções e meios de produção da nova civilização, como os países escandinavos, em particular a Finlândia, e outros completamente presos a modelos anacrônicos pré-agrários, como algumas nações da África. Grandes potências da atualidade, embora já inteiramente sob a égide do novo modelo pós-industrial, ainda permanecem igualmente singulares potências industriais, como são o caso dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.

Assim como todos os países têm um quê de cada nível de desenvolvimento civilizacional, com prevalência para um deles, as pessoas também o são, no que diz respeito à evolução de suas consciências. Há indivíduos completamente centrados nas manifestações primitivas dos instintos, inclinados quase sempre à sua besta interior, assim como são os países ainda perdidos nas eras primevas do extrativismo, da agricultura e da pecuária. Assim como nações há que estagiam nas expressões do comércio e da indústria, com maior força para uma ou para outra, assim também existem indivíduos voltados para as manifestações egóicas da busca de auto-afirmação, de produção e troca de valores materiais. Por fim, existem personalidades mais amadurecidas, que focam suas psiques nas faixa de expressão dos símbolos, das idéias, do sentido estético, moral e filosófico, bem como para as formas racionais e científicas de pensar, quanto as intuitivas e transpessoais de perceber. Essas são as que jornadeiam no que comparamos, grosseiramente, às nações pós-industriais, dirigidas para a produção de idéias, informações, arte, ciência e cultura, mídia e know-how para o mundo inteiro.

Se você nos lê e é sensível aos conceitos que expendemos, provavelmente, será um elemento do terceiro nível. Um dia, toda a humanidade estará fixada na terceira fase de evolução mental, que, na verdade, tem extensão infinita, começando das mais rudimentares manifestações de sensibilidade artística, às mais profundas elucubrações de ordem filosófica e a paradisíacos êxtases místicos. Entretanto, enquanto ainda transitamos pelas veredas críticas da transição entre eras, dos conflitos entre níveis diversos de consciência, dentro e fora de nós mesmos, cabe-nos reforçar todos os aspectos relacionados ao estrato superior de consciência, dando cada vez menos importância (muito embora sem repressão) às características concernentes aos inferiores (entenda-se alusivos aos níveis anteriores de progresso).

Concentre-se, assim, amigo, e valorize tudo que se referir a conhecimento, sentimento, ética e espiritualidade. É hora de você burilar a pedra bruta de todos os segmentos de sua psique, procurando dela extrair as gemas preciosas de capacidades desconhecidas, nela escondidas, em estado de latência. Destarte, estará se capacitando, realmente, à Nova Era da Humanidade, tanto quanto as nações que, sem medir esforços, empenham-se sistematicamente em se superar, para não serem superadas…

(Texto recebido em 8 de janeiro de 2002.)