(Sobre a finitude do corpo físico)
Benjamin Teixeira
pelo espírito Roberto.
Você já parou para pensar – seriamente – que seu corpo é semelhante à carne que o alimenta nas refeições? É uma fantástica máquina biológica, mas com um potencial limitado de sobrevida. Vai-se degradando, progressivamente (já agora, não importa a idade ou a saúde que apresente), até que pare de funcionar e se decomponha, como todo material orgânico putrefacto.
Seu corpo constitui um mero veículo físico, a que você se encontra intimamente conectado, durante um período de tempo, para que esteja, na crosta da Terra, em estação de aprendizado, serviço e realização.
Como tem aproveitado esse tempo? Adquirindo fortuna? Amealhando títulos? Cuidando da aparência física? Isso é bom; mas não se esqueça de que são tão-só instrumentos de trabalho para o essencial, porque tudo vai ficar por aí e pode ser tomado de você, de hora para outra, de um só assalto.
Uma sugestão breve e simples? Potencialize o aproveitamento desse espaço curtíssimo de tempo que lhe é ofertado, sobre a superfície do globo, orando e meditando mais, estudando assuntos espirituais e ajudando seu próximo em maior medida.
Nem sabe por onde começar? Procure um grupo religioso com que mais se afine, aconselhando-se, em busca de diretrizes de ação e transformação íntima. No que lhe disserem de judicioso e naquilo com que concorde relativamente, comece logo e persista ardorosamente.
Ou isso, ou o mergulho no vazio, a entrega aos automatismos de sobrevivência da máquina material que o alberga… Mas… você é mais que a máquina, não? Se a angústia existencial do ser além da matéria não lhe toca, se achar que os instintos e desejos da carne e as vaidades tolas do ego – e nada mais – lhe bastam, então, prezado, você nem deveria estar me lendo, porque difere muito pouco dos brutos que lhe servem de refeição.
Bom apetite! Um dia, todavia, chegará sua vez, de ser sobremesa de vermes. Acompanhará tudo, bem de perto, enquanto os amigos que desdenha, dedicados às questões do espírito, não só se desligarão ato contínuo de suas ferramentas orgânicas, quando fenecerem, como não lhe estarão acessíveis sequer para uma rápida conversinha, nem mesmo, talvez, para lhe atenderem a um pedido de socorro. Você, assim, terá que passar longos anos internado, na faixa de consciência que escolheu, até que desgaste os condicionamentos arraigados em que se cristalizou e desperte para a realidade espiritual, sabe lá Deus quando…
(Texto psicografado em 3 de setembro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)