Nova York, 15/03/2021

Temas destacados:

– Empoderamento de mulheres e meninas, feminilidade, matriarcado, valorização da inteligência e genialidade de mulheres, humanidade, empatia, habilidade interpessoal, liderança feminina, nobreza humana, influência, poder, criatividade e transcendência
– Sociedades matriarcais do passado, matrizes culturais e espirais dialéticas evolutivas
– Machismo, patriarcalismo, misoginia, hipocrisias, opressão a grupos minoritários, racismo, LGBTfobia, gerontofobia, aporofobia, flagelo antiCristo e monstruosidade dos preconceitos
– Maria de Nazaré, Alma Crística, bodas de Caná e transformação da água em vinho
– Integração psicológica e conexão com a natureza, feminilidade e masculinidade, cooperação feminina vs. competição masculina, alma e arquétipo da “anima”
– Espiritualidade com ou sem religião, “alienígenas do passado”, civilizações superiores, existência de Deus, fenômenos espirituais, antropologia, parapsicologia, multiversos, oceano de consciência, física quântica e prática diária da oração-meditação
– Globalização, ilusão da separatividade, interdependência, “teia da vida” e “aldeia global”
– Risco de apocalipse, pandemia, novas variantes do coronavírus, problemas ecológicos, risco de extinção da espécie humana na Terra, crise, perigo e oportunidade
– Confraternização entre povos, ONU, respeito à diversidade, pensamento igualitário, civilizações futuras, educação, maiêutica, senso crítico, pensar correto, conscientização, massas críticas, saltos de consciência, evolução, sobrevivência da civilização e salvação da Terra
– Ciência e religião, materialismo cientificista, ateísmo, tirania, opressão e perigos do pensamento positivo

Personalidades citadas:

– Albert Einstein
– Aspásia de Mileto
– Carl Gustav Jung
– Cleópatra
– Elsimar Coutinho
– Francis Bacon
– Fritjof Capra
– Georg Wilhelm Friedrich Hegel
– Isaac Newton
– Maria de Nazaré
– Marie Curie
– Marshall McLuhan
– Max Planck
– Niels Bohr
– Rainha Elizabeth I
– Rainha Vitória
– René Descartes

Passagens dos Evangelhos clássicos:

– “Entrarão no Reino de Deus aqueles(as) que se assemelhem a crianças.” (Mateus 19։14)
– “No início se fez o Verbo, e o Verbo era Deus.” (João 1։1)
– “Pai(Mãe), que todos(as) sejam Um(a).” (João 17։21)
– “Filho(a), eis aí tua Mãe. Mãe, eis aí teu(tua) filho(a).” (João 19։26-27)
– “Fazei o que Ele vos disser.” (João 2։5)
– “Quem quiser ser o(a) primeiro(a) no Reino de Deus, seja aquele(a) que serve a todos(as).” (Marcos 9։35)
– “Cegos(as) condutores(as) de cegos(as), cairão todos(as) no abismo.” (Mateus 15։14)
– “Escolher a boa parte, que não nos será tirada.” (Lucas 10։42)

Seções:

– Apresentação (0:00​)
– Conferência de Benjamin Teixeira de Aguiar (3:00)

Excertos destacados:

Propugnamos [quanto ao empoderamento de mulheres e meninas] a redescoberta, a revivescência e, a partir disso, a potencialização de um poder já existente nas mulheres e na feminilidade: será por aí que resolveremos, de modo subliminar, psicológico, cultural, todos os gravíssimos problemas que atravessamos na atualidade.

Organizações que têm hierarquias baseadas na liderança conquistada, não na autoridade estabelecida de cima para baixo, apresentam um viés feminino e apontam o caminho da liderança do futuro – e mais efetiva, já no presente.

A perspectiva feminina claramente envolve acolhimento, integração, conciliação, negociação, abertura a ouvir e a sentir a outra parte, a cooperar mais do que competir. É por meio desse modo de ser, de agir e de sentir o mundo que vamos nos salvar.

O ódio a mulheres e o repúdio à feminilidade existem inclusive entre mulheres. Muitas não percebem que, mesmo que inconscientemente, desvalorizam, subestimam, rejeitam a opinião de alguém, apenas porque quem emite a opinião é uma mulher. Comumente, essa mesma ideia, com o mesmo viés ideológico, com os mesmos traços políticos, científicos, culturais, religiosos, se fosse apresentada por um homem, seria recebida de modo bem mais fácil. Por que isso?

Com o tempo vamos notando que o preconceito está por toda parte, que o preconceito é um “flagelo antiCristo”, como disse o Espírito Eugênia-Aspásia em uma de suas psicografias, das mais seminais que já recebi. Precisamos romper com a época das aparências, das conveniências, das convenções, dos interesses de alguns grupos, de algumas nações, de alguns indivíduos, para realmente pensarmos de forma mais coerente com a nossa condição de seres interdependentes e cooperadores com o Todo.

A anima (do latim: alma), a face feminina do homem, precisa ser desenvolvida, mesmo em perfis masculinos, com orientação sexual heterossexual e identificados com o seu gênero. Estarão incompletos os homens que não sejam sensíveis à intuição de novas tendências, à relação com a natureza, com outras pessoas, com Deus e a Espiritualidade.

Mulheres compreendem melhor as minorias e normalmente são mais tolerantes com as diferenças. As visões masculinas costumam ser agressivas e violentas, quando exacerbadas. Não se trata de considerar inferior o que seja masculino e superior o que seja feminino. É que essa subvalorização da feminilidade é uma doença que degenera a masculinidade. Somente quando vivermos o pensamento igualitário no campo do gênero, teremos verdadeiro respeito à dignidade humana, em todos os departamentos existenciais.

Reflitamos nesta chave conceitual: devemos de fato lutar pelo empoderamento de mulheres e meninas, ou apenas descobrir que esse poder já existe e que apenas precisa ser desvelado, desdobrado, dinamizado?

O masculino cindido da feminilidade é um masculino grotesco, diabólico, medonho.

Vários autores da Grécia Antiga fizeram referências encomiásticas a Aspásia de Mileto. Sócrates chegou a afirmar que ela fora sua mestra em retórica – o que basicamente significava ser mestra do pensar. Portanto, ela pode ter sido a mãe do pensar ocidental, por influenciar Sócrates, Platão e Aristóteles, considerados os fundadores da filosofia ocidental.

Mulheres com muito poder normalmente são vistas com suspeita. Não vemos isso com relação a homens…

Como é difícil haver elogios à inteligência de mulheres! Quantas vezes você já ouviu referências elogiosas à capacidade intelectual de uma mulher? Se você é mulher, quantas vezes ouviu que você, uma amiga ou companheira do mesmo gênero é uma pessoa muito inteligente?…

Marie Curie foi um dos maiores fenômenos da ciência moderna. Por muito tempo, se falava sobre “casal Curie” e não dela, propriamente. Sim, o marido foi seu professor, mas se tornou um assistente e discípulo dela. Ela era o gênio da dupla. E demorou muito até que a história a reconhecesse como tal.

A intuição costuma ser mais presente em mulheres. A própria condição de programação biológica à maternidade faz com que as mulheres sejam muito mais sensíveis, perceptivas, empáticas nos relacionamentos interpessoais. Se tivéssemos mais mulheres que homens nas lideranças de organizações, no campo político, artístico, espiritual, será que veríamos tanta degradação, tanta corrupção, tanta degenerescência, tanto horror nas sociedades humanas?

Os maiores genocidas da história foram todos homens. Basta fazermos um passeio breve de memória sobre os vultos históricos e ficaremos estarrecidos(as) com a constatação de que as piores hediondezes, os crimes mais bárbaros foram quase sempre perpetrados por homens.

Não basta pensar positivo, como sugerem alguns(umas) proponentes do movimento New Age ou New Thought. Existem, sim, potenciais criativos da psique humana, mas, conforme advertem os mitos modernos, a “magia” tem um preço… Mais do que pensar positivo, precisamos pensar corretamente.

Com nossa formação racionalista, exageradamente lógica, esquecemo-nos de que estamos enfrentando problemas não só lógicos, mas psicológicos, emocionais, subjetivos, humanos, complexos demais para serem colocados em equações matemáticas ou em retortas de um laboratório.

Os dois maiores genocidas da história, Stalin e Mao Tsé-Tung, se estabeleceram num sistema de materialismo ateu oficial. Não podemos dizer que o problema está no materialismo ou no ateísmo propriamente, nem nas religiões, mas em toda forma de opressão e tirania.

Quando teóricos(as) da física quântica, em considerando o nível mais material e objetivo da realidade, afirmam que não existem objetos e sim processos, que uma consciência observadora interfere na realidade observada, que o futuro pode causar o passado etc., como vamos considerar que fenômenos complexos como os psicológicos, os sociais, os culturais, os políticos seriam mais simples?

Por quanto tempo ainda continuaremos oprimindo minorias? Todos(as) somos componentes de minorias. Apenas, algumas pessoas são integrantes de grupos minoritários mais perseguidos. Mas, em algum momento, todas e todos nós seremos participantes de um segmento minoritário, nem que seja o das pessoas que avançaram na idade física, sofrendo a gerontofobia.

Os desafios nos chegam [pelas “Mãos” da Divina Providência] na medida de nossa capacidade de processamento e resolução, enfrentamento e transposição de obstáculos, transmutação do originalmente destrutivo e negativo em algo que, elaborado, se fará construtivo, positivo, estimulante, revitalizante, espiritualizante.

Como indivíduos e comunidades, como nações e grupos linguísticos, como humanidade inteira, não devemos esperar que grandes governantes, lideranças, influenciadores(as) digitais, intelectuais, artistas populares, bilionários(as) ou corporações venham fazer o que todas e todos nós podemos e devemos fazer por nós mesmos(as) e pelo bem comum.

Faça sua prática de oração ou meditação, todos os dias. Pesquise a respeito do assunto, não menospreze a vivência de sua espiritualidade, ao seu modo. Há ateus(eias) materialistas que praticam a meditação, disciplinar e diariamente, apenas por seus efeitos terapêuticos.

O ateísmo não é novidade, existe desde a Antiguidade. Entre os(as) hebreus(eias), por exemplo, os(as) saduceus(eias) não acreditavam em vida após a morte. Não se trata de um movimento de pessoas mais instruídas da ciência de hoje – sempre existiu. Trata-se muito mais de uma questão de perfil de personalidade, quando não de limitada maturidade espiritual.

Ateísmo nada tem a ver com nível de instrução. Conversei com pessoas analfabetas ou semianalfabetas que categoricamente diziam ser uma tolice acreditar em vida após a morte. Em contrapartida, há gênios da ciência – como Max Planck, o pai da física quântica – que afirmam, com muita clareza, que o universo basicamente é uma “Mente”.

Um PhD em física, digamos, não costuma falar sobre medicina, nem, muito menos, contestar as afirmações de um PhD em ciências médicas – e vice-versa. Por que, então, tantos(as) opinam sobre espiritualidade, sem estudarem a fundo o assunto? Isso revela leviandade, presunção e irresponsabilidade – é quase fraudulento.

Se Deus, como Ser Absoluto, não tem gênero, as referências a “Ele-Ela” devem sempre incluir os pronomes em suas formas femininas, senão estaremos depreciando a Feminilidade não só no Plano Divino, mas também no nível humano e animal.

“Quem quiser ser o(a) primeiro(a) no Reino de Deus, seja aquele(a) que serve a todos(as).” As lições de Jesus revelam um profundo conhecimento do ser humano, de como funcionamos como indivíduos e comunidades. Quem tem poder, tem poder para dar de si ao próximo, para prestar um serviço à sociedade, para cumprir uma delegação de responsabilidade com vistas ao bem comum.

Salvar a Terra é uma meta, uma missão para todas e todos nós, indivíduos e coletividades. Não se trata de uma ideia megalomaníaca, mas sim de uma obrigação moral e existencial de cada um(a) e da humanidade como um todo. Façamos o nosso melhor, persistente e sistematicamente, com todo o vigor d’alma, utilizando nossos potenciais internos e recursos externos, por todos os meios que nos estejam ao alcance. Assim lograremos a nossa própria e a salvação da terrena civilização. Assim seja!