Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
“O bater de asas de uma borboleta, no Brasil, causa um tornado no Texas?”
Edward Norton Lorenz (1917-2008),
criador da Teoria do Caos.
Não peça da vida, prezado companheiro, simplificação de problemas; a não ser que esteja utilizando o vernáculo na acepção de focar o pragmatismo e livrar-se da carga dispensável de complicações neuróticas, caprichos do ego e apegos materiais.
A existência é pura florescência e eclosão “ad infinitum” de imprevisibilidade, experimentação, caos, engendrando-se sempre, a partir disso, o milagre transcendente da criação. Assim, quando, em sua vida, tudo pareça, por vezes, desordenado, uma ordem subjacente, em grau mais profundo de complexidade, como assevera a “Teoria do Caos”, pugna por emergir: o próximo patamar de consciência a que você ascenderá, após absorver todas as lições evolutivas do plano de concepção e valores em que se encontra, atualmente.
“Deus escreve certo, por linhas tortas” – reza o adágio popular, com muita propriedade. E, de nossa parte, atrevemo-nos a arrematar, pelo acerto da assertiva: o Ser Supremo sempre acerta, bem, bem além mesmo de onde possa levar a mais ousada peripécia de imaginação da mente humana, atreita ao domínio do linear-racional-lógico, do campo físico de existência, do nível espaço-temporal de intelecção.
Procure estabelecer diretrizes para seu jornadear pela encarnação que ora usufrui – é evidente que se trata de um dever seu. Faça planejamentos, defina escalas de prioridade, hierarquias de metas e princípios, em função de um ideal maior, que mereça ser compreendido como sendo a sua razão de viver. Mas, quando o caos se configurar, em plena esfera do que até então se lhe afigurava seguro, esperável e plausível, dê boas-vindas ao turbilhão de mudanças, porque, conforme também dita outra máxima, em luminoso paradoxo, desta vez da arquimilenar sabedoria oriental: “a única realidade permanente no universo é a mudança.”
Flagrando-se no eixo do vórtice ou rodopiando na parte mais feroz do ciclone, ore, seja ponderado, não tenha pressa em tomar decisões. Enquanto se sentir confuso, não está apto a enxergar as melhores opções disponíveis ou programáveis. Em inverso sentido ao do hábito da procrastinação, que surge quando se quer fugir do compromisso com determinado campo de responsabilidades, a intempestividade e estupidez do ego histérico lança o indivíduo a agir, em função do imediatismo-controlador-racional, sem dar o devido tempo para que um determinado panorama novo de eventos se delineie, com mais clareza, propiciando graves falhas de interpretação e mesmo de percepção do que deve ser “a posteriori” interpretado, a ensejarem, por conseguinte, atitudes e escolhas completamente inapropriadas.
Aguarde, suporte a tensão de ter que esperar quando a crise do momento parece lhe gritar para agir celeremente. Encaminhe toda a problemática para a incubadora do inconsciente, em regímen não só de prece, qual sugerimos primeiramente, acima, como também de pesquisa, estudo, reflexão e consulta a peritos, de molde a que possa, no momento oportuno, chegar a um “glimpse” (*1), um lampejo nítido, que se converta num “insight” (o lampejo que se consolida numa nova forma de divisar a realidade, isto é: um novo paradigma) do que deva escolher como caminhos ignotos a serem tomados, alternativas mais adequadas a serem definidas, novas rotas de destino, realização, paz e felicidade, em todos os departamentos da própria existência.
E isso, amigo, é uma maravilhosa roda-viva. Quando encerrar esse périplo de desafios, adentrará outro circuito de enigmas a se desvendarem, problemas (lembre-se do conceito de matemática) a se solucionarem, testes a que será submetido, na magnífica ciranda evolutiva das espirais dialéticas de eventos complexificadores da consciência. E… diante deste “marvelous” (*2), assombroso espetáculo da vida, brade alto, numa explosão de entusiasmo e gratidão, na direção do Divino Senhor e para si próprio: “Não devo me lamentar por dificuldades – elas são minhas amigas, companheiras de aprendizado, estímulos enviados por Deus, em Seu voto de confiança em mim, para que eu cresça, transforme-me e me torne uma pessoa melhor, para mim mesmo, em prol de minha própria plenitude e bem-aventurança!…”
(Texto recebido em 18 de julho de 2008. Revisão de Delano Mothé.)
(*1) (*2) Explicando-me estar vindo de regiões extrafísicas dos Estados Unidos da América, tendo acabado de concluir uma palestra proferida por lá, para entidades que não dispensavam o uso da linguagem humana para se comunicarem, estando, destarte, com muitas expressões anglófonas bailando na mente, involuntariamente, por automatismo natural do psiquismo, Eugênia recordou-se, nas duas ocasiões indicadas, enquanto me ditava esta mensagem, antes de verbetes ingleses a traduzirem seu pensamento do que de vocábulos em Português, que ela mesma escolheu (logo em seguida, após proferir os vocábulos do idioma de Shakespeare) para vestir, lingüisticamente, as idéias que pretendia transmitir. Há muitos anos que noto ocorrer este interessante fenômeno com a poliglota desencarnada (mais freqüentemente, é bem verdade, com o Francês, o Latim e o Grego – línguas que o grande guia utilizou quando encarnado). Desta feita, todavia, ao perguntar à adorável mestra se eu poderia ser “fiel”, na transcrição mediúnica do que ela me dizia, e depois esclarecer o que aconteceu, para revelar esta curiosidade aos nossos leitores, a sábia orientadora aquiesceu, verbalizando-o (porque ela poderia me responder apenas em pensamento), em seu impecável, fluente e castiço Português (bem conhecido dos prezados seguidores-leitores do Salto Quântico), idioma este, inclusive, de que nunca fez uso, quando jungida a corpos físicos, nos séculos passados, aprendendo-o tão-só na Espiritualidade – uma vergonha para muitos de nós, que o temos como língua materna e não o utilizamos apropriadamente!
(Nota do Médium)