Dar um telefonema, para dizer a um ente querido que você o(a) ama.
Enviar uma mensagem-celular, um e-mail, um recado no Facebook, a um(a) conhecido(a) distante ou a um(a) amigo(a) com quem você não interage há muito tempo, “apenas” para dizer que se lembrou dessa pessoa.
Aproximar-se de um(a) colega de trabalho ou de estudo, sorrir com tranquilidade e perguntar se ele ou ela precisa de alguma coisa, se está bem… ou “somente” sorrir!…
Ser gentil com o(a) balconista no estabelecimento comercial que o(a) serve, ao menos perguntando-lhe como está seu dia, com um semblante acolhedor e fraterno.
Fazer um afago, literalmente ou por palavras, no(a) consorte ou num familiar amado; levar para casa uma florzinha colhida no caminho, um bombom comprado num posto de conveniência; ou “tão só” declarar o quanto esse(a) integrante de seu lar é importante para seu coração.
Você faz parte do grupo que julga que se entregar a atos de amabilidade abre espaço a abusos ou a ser subvalorizado(a)? Pense bem: se alguém, por você ser amável, ainda que moderadamente, afastar-se de sua vida ou se comportar de modo injusto, não seria bom reconsiderar o sistema de relacionamento que você entretece com essa criatura ou, eventualmente, questionar o valor ou até a continuidade do próprio relacionamento?
Não poder viver a fraternidade, a amizade no dia a dia, é condenar-se a uma existência árida e amargurada, em que problemas avultam-se descontroladamente e, pior: em que soluções encontradas ou objetivos de sucesso alcançados – quando acontecem – não promovem a repercussão de alegria que poderiam fomentar, nem apresentam uma duração que justifique os esforços que custaram.
Cuidado com as hipnoses culturais e as paixões pessoais da ganância material e social. Será que o que você deseja, como “sonho de consumo”, realmente lhe trará a felicidade que você presume estar associada a tal conquista? Para atingir o topo que você almeja, quantos anos de sua atual encarnação supõe devam ser consumidos? E até lá? Você não vai viver, ser feliz, como possível, no hoje, respeitando e valorizando as pessoas e situações que a Divina Providência lhe concedeu, com Propósitos de felicidade, amiúde inacessíveis à percepção humana? E se o seu projeto de realização não passar de uma quimera?… Mas, ainda que sua meta seja tudo o que você cogita, vale a pena deixar de estar bem e em paz, durante todo o percurso até amealhar o trunfo? Custa alguma coisa dividir seu tempo disponível agora, entre o futuro e… o presente? Afinal de contas, o que você tem de certo além do seu presente?
“Não turbeis o vosso coração”, disse Nosso Mestre e Senhor Jesus, lecionando, no mesmo discurso: “a cada dia o seu cuidado”. E, por fim, sobre as preocupações vãs do cotidiano, completou: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”.
Lamentavelmente, Jesus, quase sempre, é interpretado à conta de um fundador de religião ou de um moralista comum. O Cristo foi o Mestre supremo da felicidade, da realização profunda do ser, da plenitude. Experimente compreendê-l’O sob este ponto de vista. E, principalmente, siga-Lhe as orientações metodológicas à solução de problemáticas e crises existenciais, ouça-Lhe as respostas para as questões e dramas filosóficos dos mais atordoantes e complexos, que bailam à mente de qualquer pessoa que tenha alguma inteligência ou uma ponta de consciência e maturidade psicológica… tais como: “Para que existimos?” ou “Como ter um propósito satisfatório para viver?”…
Serviço, amizade, solidariedade, trabalhar por ser útil ao bem comum, com os talentos e recursos de que você já disponha, procurando viver a própria vocação – não há outro caminho para a felicidade, amigo(a), seja na atividade profissional, no ambiente familiar ou nas interações sociais de todo gênero. O resto, por mais bem elaborado o argumento que se apresente, não passará de balela perigosa, a desviar-lhe o foco do essencial, ou, como disse Braguinha (1907-2006), o compositor de inesquecíveis marchinhas carnavalescas do século passado, em sua famosa peça “Touradas em Madri”, será um bem-acabado exemplo de “conversa mole para boi dormir”.
Espírito Lucas Desiderium.
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar.
10 de setembro de 2014.