Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

 

Você consegue se imaginar sendo chamado para salvar a Terra? História da carochinha? Desenho animado japonês? Ficção científica para adolescentes? Um seriado de mau-gosto para sub-letrados?

Bem, apesar da semelhança com todas essas categorias culturais, embora o respeito que nos mereçam, trata-se da mais pura realidade para os dias atuais, fundamentada em fulcros arquetípicos profundos e “vivos”, e, sobremaneira, em necessidades dramáticas e emergenciais da modernidade.

A divisão é uma ilusão da mente humana, o chamado, como alguns autores propõem: “princípio da separatividade”. A Física das sub-partículas de um lado e as ciências sociológicas de outro, têm demonstrado veementemente, nos últimos decênios, como tal idéia denota, tão-somente, obtusidade das percepções e do raciocínio, já que fenômenos complexos sempre funcionam como sistemas imbricados, e que somente assim podem ser compreendidos e, quiçá, dominados. Um padrão coletivo de salvação do planeta tem que partir de um concerto de mobilização individual, em cadeia. E, como indivíduo que cada um de nós é, só há uma forma de começar ou fortalecer, efetivamente, esta campanha: por dentro do si-mesmo, agindo resolutamente, tomando a iniciativa, desistindo do comodismo, da inércia, da fuga ao ideal, da transferência de responsabilidade para os outros, instituições ou para “forças sobrenaturais”.

A Terra periclita. Os indícios mesológicos-geológicos começaram a anunciar a metáfora de que até a estrutura física do globo se “ressente” do que se passa sobre sua crosta. A Grande Mãe Gaia sacode seu dorso gigantesco, afligindo-se com os desatinos de seus filhos rebeldes, teimosos e genocidas. (*2)

O confronto de civilizações chegou a um ponto indiscutivelmente crítico. Muito embora cada era se suponha a pior de todas, em termos de periculosidade para a espécie humana, não há que negar que esta fase de terrorismo generalizado seja sumamente delicada. Na época da Gerra Fria, apesar do risco de haver uma hecatombe nuclear de grandes proporções, existia, por outro lado, o princípio do equilíbrio de forças no poder bélico avassalador, das duas super-potências de então (Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), e uma correlata diplomacia bem entretecida entre os dois lados, ambos fatores (principalmente o do equilíbrio de força destrutiva de cada lado) impedindo que o disparo dos mísseis de fato ocorresse. Entretanto, quando a lógica-ilógica do fanatismo entra em jogo, com suas promessas de delícias paradisíacas para maníacos assassinos; quando os tresvarios do imperialismo age nos bastidores de discursos polidos mas falsos; quando as causas fundamentais do conflito são negligenciadas, como a educação em massa dos povos e a erradicação da pobreza, com todas as suas madrastas implicações, a probabilidade de iniciativas genocidas cresce, assustadoramente. Some-se a isto o avanço da disseminação da tecnologia bélico-nuclear e os recursos da parafernália eletrônica internacional de computadores em rede, a favorecer instruções para qualquer psicopata no globo produzir sua própria arma química ou biológica (neste último âmbito, com poder de dizimar toda a espécie humana do orbe, ou a própria biosfera) e se terá uma pálida idéia da gravidade dos dias que correm.

Uma pessoa medianamente instruída da atualidade pode se dar ao luxo de ignorar tal quadro crítico emergencial da casa terrena? (Isto mesmo: é nosso lar, um lar comum, por isso obrigação de todos engajarmo-nos nesta campanha.) É possível ainda a racionalização criminosa, porque escapista e indesculpável (sobremaneira pelo valor inestimável dos valores em jogo), de afirmar tratar-se essa visão de uma perspectiva exageradamente sombria?

Simplesmente a sobrevivência de toda a humanidade terrícola e mesmo de toda a vida no planeta corre perigo sério, toda a biosfera oscilando à beira do abismo da extinção… Focar este prisma não significa adotar uma ótica pessimista da realidade, mas sim informar-se sobre ela. Não, porém, para render-se ao culto da depressão e do desespero (no sentimento de impotência), e sim para mobilizar todos os recursos pessoais e coletivos, em função de salvar o patrimônio incomensurável das vidas de bilhões de seres humanos encarnados e todo o projeto humano no planeta, para infinitas reencarnações futuras, aos bilhões, incluindo-nos todos no bojo deste fluxo palingenético.

Será que há motivo maior que este, para que mais se possa dizer “suficiente”, para motivar e arrastar multidões a uma reação em massa, harmônica e, principalmente, eficaz?

No passado, grandes nomes da História arregimentaram exércitos e conseguiram motivar milhares – amiúde milhões de criaturas – para seus propósitos egóicos e mesquinhos (quando não perversos), de poder e domínio sobre a multidão, com custo de vidas inumeráveis e sofrimento incomensurável, em escala coletiva, amiúde repercutindo por gerações sucessivas. Hoje ainda, a “tara” por poder, dinheiro e prestígio faz com que oceanos de recursos materiais e humanos sejam drenados, quando não despedaçados, de forma eficiente, sem remorsos e quase nenhum embaraço… Será que as paixões humanas mais subalternas podem articular e manobrar tudo e todos, mas o ideal de salvar a tudo e a todos não pode unir a espécie humana, num último gesto de preservar a si mesma?

É este o desafio que vamos propor neste livro, a você, prezado leitor. Não se trata de um delírio megalomaníaco, mas de uma gritante necessidade de sobrevivência que envolve a você, seus entes mais queridos, toda a humanidade e o futuro de todos nós. Embora estejamos certos da vitória final, porque Maria vela… imprescindível oferecer nossa humilde colaboração, porque será pela somação de infinitos “filetes” d’água individuais, que este oceano de possibilidades felizes poder-se-á materializar no mundo terreno.

Fala-se, muito acertadamente, que na era do mercado globalizado, deve-se “pensar globalmente e agir localmente”. Em matéria de comércio e questões financeiras, ninguém põe em dúvida este princípio. A questão, porém, nesta época de transformações profundas, céleres e planetárias, é que também no plano cultural, psicológico e espiritual, temos que aplicar o mesmo princípio. Não fazê-lo seria denotar baixíssimo grau de compreensão do que se passa em torno, de, por pouca perspicácia, não atinar que o fenômeno humano, em todos os seus desdobramentos, é completamente interconectado, de modo que as diversas dimensões do ser humano e sua sociedade têm que ser considerados em conjunto, caso se colime o êxito, neste empreendimento tanto ciclópico, quanto inadiável, de garantirmos a existência de futuras gerações da civilização humana no orbe, gerações nas quais, inclusive, inserir-nos-emos, pelo processo reencarnatório, a benefício de nossa própria evolução.

Nesta obra, além de defendermos uma tese tão revolucionária quanto impostergável em sua publicação, a par e passo vamos apresentar o que pode ser feito, e, sobremaneira, fazer uma grande proposta, de envergadura mastodôntica (em suas implicações coletivas, mas muito simples, no custo individual), que nos foi designado transmitir ao plano físico, por determinação de nossas autoridades espirituais mais elevadas. Eles querem salvar a Terra, e são otimistas quanto a isso, como falamos acima. Todavia, como se trata de interagir com o ser humano, seu livre-arbítrio deve ser sempre considerado, e, portanto, somente pelo engajamento de grupos colossais, a partir de indivíduo a indivíduo que se comprometam, poderemos cogitar de sucesso, nesta que seria a missão de todas as missões da história.

Neste empreendimento colossal, amigo, não há missionários em particular com destaque, porque tudo começou com o Cristo e Seus antecessores, como Buda e Lao-Tsé, Confúcio e os grandes sábios axiais da Índia, e se estendeu como uma grande teia de heróis, mártires, santos, gênios, homens e mulheres de ideal e de fé, que, século a século, pugnaram pela preservação dos ideais humanitários e espirituais da espécie humana. Neste momento, entretanto, atingimos o clímax do grande processo de triagem de elementos, que vem há milênios se desdobrando lentamente. E, desta vez, todos nós, como coletividade, e não como um indivíduo isolado, como o Cristo há dois mil anos, precisaremos agir e salvar o globo inteiro. Procrastinar esta iniciativa e desprezar tal chamamento teria o demérito do tamanho do valor do que se desdenha, um patrimônio de fato sem precedentes a proteger: toda a biosfera terrestre, e, dentro dela, a espécie humana e os tesouros inapreciáveis da civilização, da cultura e da ciência humanas.

Se alguém estivesse com uma arma apontada para sua cabeça ou de seus entes mais amados, como se postaria internamente? Faria tudo por se salvar e aos seus tesouros do coração, não é mesmo? A situação que vivemos, coletivamente, amigo, é muito pior do que isso. E, muito embora não postulemos a postura do desespero e da pressa, precisamos, urgentemente, do envolvimento sincero e profundo de todos, ou todos perderão e perecerão, severamente.

Leve a sério este livro, leve a sério esta exortação, e vamos participar desta campanha… se temos juízo, se temos senso, se temos consciência, se temos algum sentido de responsabilidade, se temos uma partícula de inteligência…


(*1) Capítulo 2, do Tomo 1, do livro “Maria Cristo”, primeiro da série de quatro capítulos da obra da mentora espiritual Eugênia, que prometemos publicar neste site.

(*2) Eugênia alude ao recente maremoto (em janeiro de 2005) que consternou a Ásia.

(Notas do Médium)