Não confundamos culpa com complexo de culpa.
O complexo de culpa é indício de trauma emocional, que leva alguém, por exemplo, a assumir a culpa de outras pessoas, compulsivamente; ou constitui, por outro lado, um eco invertido de narcisismo, que impele um indivíduo a se julgar importante o bastante para absorver culpas além de seu espectro pessoal de responsabilidade, afligindo-se e paralisando-se por isso.
Há ainda complexo de culpa, num meio-termo entre os extremos etiológicos acima apresentados, quando um espírito mais ético e consciencioso erra na medida do que deve cobrar de si, no cumprimento dos próprios deveres, por questões diversas, quais as infelizes hipnoses culturais, familiares ou religiosas de época e lugares específicos.
Sentir culpa, todavia, sem o transtorno de se torturar internamente, é sinal de saúde psicológica e moral. Atributo próprio da condição humana, a culpa capacita a pessoa a se reconhecer em erro, pela função dos sentimentos (não apenas da razão), e a se responsabilizar, dessarte, profunda e eficazmente, por se ressarcir, de modo direto ou indireto, pela falta em que se flagrou.
Somente psicopatas, que não têm empatia, não sentem culpa.
Matheus-Anacleto (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Aracaju, 21 de agosto de 2017