Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo Espírito Eugênia.
Não se exija o que compete a terceiros. Não assuma, portanto, a culpa, a frustração e a raiva dos outros, ainda que muito amados.
Existe o momento de perdoar, relevar falhas alheias, a fim de viabilizar o convívio em sociedade, mantendo laços no grau de intimidade anterior ao malfeito, como se nada houvesse acontecido.
Há, no entanto, aquel’outro instante de respeitar o próprio e o espaço alheio, igualmente imprescindível à vida de relação, com distância deliberadamente estabelecida para o reajuste de elementos em conflito.
Dois movimentos complementares, ambos importantes, indissociáveis, que não funcionam isoladamente nem mesmo para os resultados mais relacionados a cada um deles.
Em suma, aplicar a dignidade do afastamento, quando alguém tem conduta abusiva, é não só correto, mas devido, assim como ser tolerante com o que outrem tenha dito ou feito, na medida em que a pessoa objeto da indulgência mostra-se disposta à melhoria.
Este binômio faz a síntese de duas regras crísticas: a do “perdoai setenta vezes sete vezes” com a do “não vim trazer a paz, mas a espada”. O amor, quando genuíno, revela-se saudável; e, para ser salutar, indispensável que fomente implicações construtivas, gerando comportamentos mais humanos e solidários, justos e gratificantes, para todas as partes envolvidas.
(Texto recebido em 18/03/2013.)