por Benjamin Teixeira.
Hoje estarei novamente em Nova York, para o último lançamento, nos Estados Unidos, do livro-romance Almas Gêmeas, de minha co-autoria mediúnica, em parceria com o espírito Gustavo Henrique. Quarta-feira, estarei pousando em solo brasileiro, retomando atividades em terras pátrias de São Paulo e, à noite, voltando ao “QG do Salto Quântico”, como diz Eugênia: a doce e amada Aracaju… “Jujuba City”, como chamo, carinhosamente, desde a adolescência, meu torrão natal.
Ontem, por ocasião do lançamento oficial do romance mediúnico, em Danbury (Connecticut), fiz um micro-seminário de duas horas, e, após os autógrafos habituais, partimos, em pequeno grupo de aproximadamente 15 pessoas mais chegadas ao núcleo do projeto Salto Quântico, em terras de Washington, para a casa de meus anfitriões: Marcone e Luciane, para um culto do Evangelho. Entre bolinhos, docinhos e outros quitutes, muito gáudio espiritual se fez no ambiente, enquanto Marcone acendia a lareira, que recendeu agradável aroma de madeira queimada e uma morna onda de calor no ambiente (estamos sempre circundando os 0° C por agora).
Uma nostalgia misteriosa me veio à mente… reminiscências intraduzíveis de tempos longínquos, em que, com outro corpo, vivi em regiões frias do orbe e fazia uso de lareiras para me aquecer, junto a familiares da época, no inverno (hoje, o acender a lareira é um luxo mimoso, já que o aquecimento elétrico mantém a temperatura ambiente das casas no nível desejado pelos moradores, através de termostatos programáveis).
Feita a leitura inicial de página psicografada pelo ímpar Chico Xavier, logo passamos à leitura de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, sendo ambas leituras acompanhadas de comentário de alguns dos convivas, todos em magnífica psicosfera de receptividade espiritual. Uma maravilhosa e acolhedora sensação de familiaridade espiritual nos irmanava, uma cálida impressão de estarmos formando um lar místico, naquele momento, mais um sub-grupo dentro da grande família Salto Quântico.
Findos os comentários ao texto lido do Evangelho, principalmente realizados por mim e Marcone, perguntei a todos os componentes do pequeno conjunto de almas afins (dirigia a reunião) se alguém se sentia intuído a fazer a prece final. Após alguns segundos de expectação agradável, Luciane, esposa de Marcone, tomou a palavra e, com humor e espirituosidade disse:
– A gente sempre intui que você deve fazer a prece, Benjamin!…
Todos explodiram em gostosa, embora branda, gargalhada, sem quebrar a fabulosa harmonia do ambiente e eu, então, com meu carma inarredável de fazer preces coletivas, fechei os olhos, acompanhado de todos os circunstantes, e proferi, movido de emoções mais intensas que o habitual, uma sentida prece dirigida ao “Governador Espiritual da Terra”, nosso querido Senhor Jesus Cristo… suplicando-lhe clemência para nossa deplorável condição de seres “pecadores” e imperfeitos e pedindo-lhe interferência, para que nos tornássemos melhores, um pouco que fosse, a cada dia.
Mal terminara a prece, e, tomada por “influências invisíveis”, Merily, uma das convivas, falou, através da psicofonia, em nome das entidades do Plano Superior que ali se faziam presentes, começando com expressão típica ao espírito Eugênia, quando fala comigo na intimidade, o que, obviamente, era desconhecido da médium:
“Nunca dissemos que seria fácil…”
E, após algumas referências de estímulo de que não me sinto merecedor, fez alusão ao Projeto Salto Quântico causar tanta comoção no meio social médio, como Jesus e o cristianismo causaram, em sua história primitiva. De fato, a renovação de idéias gerada pelo Salto Quântico, no seio do Espiritismo, modernizando-o, faz-nos perceber que estamos todos num mesmo grande barco, rumo a um futuro feliz, uma nova civilização que raia para todos… a Civilização e a Era da Felicidade…
Despedimo-nos, todos, sem exceção, calorosos e afetuosos, dos amigos ali congregados, muitos com lágrimas nos olhos, e ficamos ainda algum tempo, eu, Marcone, sua esposa e cunhada, e o encantador bebê Vitória, filha dos primeiros, sob efeito do crepitar da lenha, sob as chamas que lhe lambiam o dorso, trocando confidências da alma…
O doce efeito da família Salto Quântico, sob os auspícios do Espiritismo e da mensagem de Jesus, aquecia-se as almas… e tocava-nos os corações… para sempre…
(Texto recebido em 9 de fevereiro de 2004)