(Uma Assembléia de Espíritos Superiores discorre sobre como agir diante de problemas, crises e dificuldades.)

 

Benjamin Teixeira e
Espíritos Diversos.

Vários dos amigos reunidos sentiam-se tomados de maior soma de dificuldades íntimas, naquele início de tarde. A conversação, porém, prosseguia em tom fraterno e amoroso, pontuada, aqui e ali, de humor saudável e curativo.

O relógio, mais uma vez, acusou-nos o instante de começo das atividades de estudo e reflexão espiritual. Com a prece inicial proferida após a primeira leitura, foram-nos ofertados a exame, pela força da sincronicidade, os trechos que se seguem, das obras assinaladas:

1) Capítulo 123 de “Caminho, Verdade e Vida”;
2) Parte da questão 222 de “O Livro dos Espíritos”;
3) Os itens 1 e 2 do capítulo XIV de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Pus-me, enfim, em estado de prece e recolhimento interior, e passei a grafar, uma atrás da outra, na velocidade possível ao mecanismo muscular das mãos, as súmulas magníficas de sabedoria de diversos autores desencarnados (11 mentores, entre os orientadores espirituais de nossa Organização) que compareceram ao nosso encontro de almas irmãs e nos brindaram com sua palavra de esclarecimento, estímulo e exortação à responsabilidade, à lucidez e à maturidade (aludi à celeridade da recepção porque, pela riqueza de conteúdo, mudança estilística e distinção de perspectiva conceitual de cada autor, há, para mim, uma evidência a mais da existência do mundo espiritual, já que me vejo de todo incapacitado a fazer isto sozinho).

Às vezes, entre uma e outra psicografia, parava a ler e comentar, muito brevemente, com os convivas de nosso culto, a beleza e profundidade das mensagens, no que era acompanhado por rápidos apartes de alguns dos presentes. Ao fim da prolífera atividade psicográfica, Eugênia definiu um companheiro encarnado ao serviço de encerramento, com a oração final.

Quando te sentires atordoado e sem rumo, colapsado à beira do abismo, sem condições de seguires adiante, relembra (da necessidade) de te pores na perspectiva da eternidade e relativiza o que vives.

É possível que estejas consumido pelas pressões e solicitações exteriores, mas recorda de que há outras vidas, e, entre elas, sucessivas passagens “intermundos”, no plano astral, que se te podem fazer de estágios de refazimento e recomeço.

Gustavo Henrique.

Não dramatize o problema. Coloque tudo sob a ótica do conjunto e notará que, quando em surto emocional, tudo se aumenta e se distorce. Aguarde por novos posicionamentos do destino e se surpreenderá com o encadeamento dos eventos.

Eugênia.

Se te sentes excruciado, lembra do Mestre, e compreenderás que isto é o esperável, para quem se põe, no mundo, com o propósito de elevar-se; e, de reversa maneira a te condenares e a supores estar fora de foco, compreende ser uma condecoração do Plano Sublime ao teu esforço benemérito.

Irmã Brígida.

O problema humano é o resolver problemas, galgando-se, assim, novos níveis, cada vez mais altos, de lucidez, de domínio e entendimento sobre si, a se desdobrar em administração mais segura da própria existência. Logo, deparado com novo problema, processe-o – isto é o humano existir.

Fugir disto é que, muito mais que um problema, promoveria uma seqüência de tragédias, em proporções imprevisíveis, tanto em profundidade de sentimentos, como na extensão de seu alcance em termos de envolvidos.

Lidiane.

Há um câncer no corpo de sua existência? Extirpe-o. Há como tratá-lo sem a lesão-invasão da cirurgia? Trate-o. Há causas plausíveis a provocá-lo? Remova-as. Há algo prático a fazer agora? Se não nota o que possa ser feito, de pronto, pesquise e perscrute, busque aconselhamento abalizado e ore. Mas, de algum modo ou por todos os meios, aja.

Temístocles.

Ainda falando sobre a mesma temática, como poderia deixar de dar o meu aparte? Então, vai lá. Infantilidade! Quer uma palavra mais técnica? Um termo mais elegante? Imaturidade psicológica. Sobre quem espera não ter problemas, quem aguarda uma vida de facilidades, quem sonha com um paraíso na Terra, sem o preço de suor, sangue e lágrimas, pode-se dizer, tão-somente, sem receio de errar: “Precisa crescer”.

Roberto.

Quando mães, dizíamos: precisamos ser profissionais. Quando profissionais, reclamamos: não temos tempo de ser mães. Em resumo, nós, mulheres, somos assim mesmo: temos tendência a reclamar, e, enquanto nos sentimos vítimas, podemos nos surpreender, mais tarde, com a descoberta de que chorávamos desgraças imensas em pleno oceano de Graças Divinas.

Elvira.

Sem receio de nos antecipar em teorias extemporâneas, em esboços impróprios ou esquemas sobre a complexa teia de vetores psíquicos que compõe as estruturas da mente humana, deixo aqui assinalada a convicção pessoal, na condição de terapeuta, estudioso e teórico da área, de que a subjetividade excessiva das análises psicológicas pode, em muitos casos, mais confundir que resolver, havendo mesmo um psicotipo que se deleita e se vicia com a elaboração complicada das próprias questões, adiando conclusões e, principalmente, decisões efetivas na própria vida, indefinidamente. Simplificar é preciso. Tornar objetivo o raciocínio sobre qualquer tópico de análise e converter resultados a que se chegue, imediatamente, em ação e busca de soluções… É a sugestão do irmão mais velho,

Professor Demétrius.

A problemática central da condição humana, ao meu parecer, no que compartilho opinião de diversos amigos aqui congregados, é a preguiça. O comodismo humano, intensificado pela cultura ocidental de “fast-food” e compras pela internet, transmite a mensagem subliminar, hipnoticamente induzida nas mentes de milhões, de que o que é bom tem de ser “rápido, barato e de fácil acesso” – o slogan e lema de diversas companhias internacionais de vulto e que se tornou uma espécie de credo do meio empresarial. Não poderia haver pressuposto mais sinistro e diabólico a se aplicar na própria vida, como uma política existencial. E é o que se tem feito – inconscientemente, mas de modo bem perceptível, em consultórios psiquiátricos abarrotados de gente buscando medicamentos e fórmulas mágicas para o logro da felicidade.

Trabalho; diríamos a elas. Muito trabalho! Dentro delas e fora. No campo profissional e pessoal. Na vida social e espiritual, consigo e com Deus! Assim, somente assim, pode-se ser feliz!

Marcos.

“Vigiai e orai para não cairdes em tentação”, lecionou-nos o Mestre Jesus. Tenhamos cuidado, prezados irmãos, para não incorrermos na tentação de nos paralisar pelo medo ou pelo desânimo, ante as crises da vida humana, que nos constituem presentes confiados por Deus, como estímulo ao nosso progresso. E, ao reverso de lamentar, reajamos com garra, alegria e muita disposição ao serviço, no entusiasmo dos veros discípulos do Cristo: “Obrigado, Senhor! Muito obrigado!”

Irmã Iracema.

Já tive oportunidade de dizer, inúmeras vezes, mas peço permissão para reiterar, pela importância prática e, creio, pelo impacto emocional do conceito: existe uma engenharia dos homens e uma Engenharia de Deus. A primeira, falha; a segunda, perfeita. Na de Deus, por sinal, uma das mais curiosas e espetaculares peculiaridades é englobar os erros humanos, num quadro mais amplo e ulterior de acertos. Logo, se não temem agora que este edifício desabe com vocês dentro, por que deveriam se abater, preocupar-se e se consternar com o que compõe a Engenharia Divina, que abarca tudo?

Clóvis Mozart.

(Redação e psicografia de Benjamin Teixeira. Revisão de Delano Mothé.)

(O primeiro parágrafo da mensagem: “Sopros de Sabedoria – 70”, publicada aqui, ontem, segunda-feira, foi corrigido.)