(Os símbolos profundos da morte, sepultamento e ressurreição do Cristo; a hora apropriada de exercitar a fé; o ponto de equilíbrio entre a tensão criativa e a serenidade da confiança em Deus.)


Benjamin Teixeira e o espírito Eugênia.

Chegado o horário azado para o “Culto do Evangelho”, demos início às leituras sorteadas ao acaso, com uma prece de abertura, logo após a primeira delas. Em seguida, através da psicografia, Eugênia exarou texto de comentários às páginas lidas e mensagens de cunho pessoal aos convivas, com que se procedeu à oração de desfecho das atividades. Os estudos que nos foram indicados, por força da sincronicidade, se seguem, bem como o ensaio da mentora espiritual e duas das missivas particulares, que, apresentando elementos de interesse coletivo, tiveram extraídos os dados identificadores das destinatárias, para que fossem enfeixadas nesta publicação.

1) Bíblia Sagrada, Jeremias, 18:18;
2) “Vinha de Luz”, capítulo 110;
3) “O Livro dos Espíritos”, questão 825;
4) “O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo XII, item 15.

É um prazer estar com todos, nesta tarde de reflexão sombria, mas necessária (*). O Cristo, representante do ideal humano, morto na câmara secreta do coração de miríades de criaturas.

Quem, de sã consciência, pode dizer ter o Senhor vivo, a conexão espiritual plena com Ele? Admitir isto, por meio de uma celebração ritualística, é de estratégica importância, para que se possa passar a outro símbolo de morte, denominado, nas tradições cristãs em voga em nosso país, de “sábado de aleluia”, com a “execução de Judas”, através da queima pública do boneco que o representa; desta vez, devendo-se compreender “morte” como integração da Sombra, dos elementos malevolentes que provocaram a extinção provisória do ideal, da vocação, do espírito. Como de fato asseveram os especialistas em Psicologia Profunda, esta descoberta, seguida do trabalho de elaboração e incorporação à consciência – ao trecho do inconsciente acessível à personalidade consciente –, causa enorme alegria. E, no que tange à execução simbólica por fogo, remetemo-nos ao significado místico e arquetípico deste elemento (o fogo), como símbolo de purgação e transformação, mais uma vez aludindo ao processo de transfiguração profunda da consciência, pela absorção dos conteúdos sublimados anteriormente, constituintes da Sombra Psicológica. Somente depois, então, é possível haver o ressurgimento do Espírito, do Ideal, da Vocação, representado este nascimento no Cristo Ressurrecto da Páscoa.

Eugênia.

Minha próxima fala do coração segue para (…):

Minha filha! Quanta aflição desnecessária! Está tudo bem! O voto da fé, como hábito emocional e conceitual-filosófico que se estabeleça, tem excelente oportunidade de ser aplicado e exercitado nestas ocasiões de maior sofrimento e confusão. Quando tudo está bem, é natural esperar-se o melhor da vida e enxergar-se o bem no mundo. Seu avozinho (…), que se faz presente, pede se lhe diga que fará a intervenção especial que lhe pediu, no quesito trabalho, nesta madrugada, e recomenda, com relação às outras questões, entregue-as todas a Deus, que, em Sua Infinita Bondade e Perfeita Providência, saberá dar bom andamento e melhor e mais apropriada forma de solução.

Sua mãe e mestra Eugênia.

Minha muito querida (…):

Como está? Encontrar o ponto ideal, entre a tensão construtiva e a serenidade da fé, é o desafio precípuo para você, que se dedica a atividades operacionais na organização em que emprega seus esforços profissionais.

Você precisa agir, não pode ficar inerte ante problemas. Portanto, um pouco de estresse é positivo; mas, que nesta tensão criativa e produtiva, haja sempre espaço para a lembrança de Deus e a invocação de ajuda para estar continuamente a Seu Serviço.

Procurando este ponto de equilíbrio, poderemos suportar muitos anos neste posto de responsabilidade maior, sem lesionar demasiadamente o organismo físico e o psíquico.

Sua mãe e mestra, Eugênia.

(Redação e psicografia de Benjamin Teixeira. Revisão de Delano Mothé.)

(*) Sexta-feira da Paixão.