Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Não se deixe seduzir pelas aparências do momento. As forças do mal gostam de encantar suas presas, dando a entender que o que é não é, ou que o que não é, é. Isso porque, fundamentalmente, o mal não tem força no universo, e só existe em função da ausência do Bem, a força-motriz de tudo. Assim, para a perspectiva do mal, que é inconsistente, esconder a verdade é o único meio eficaz de ludibriar.
Sendo assim, não tome decisões importantes, sob o efeito de emoções intensas ou em considerando, isoladamente, a conjuntura de certas circunstâncias. Vale sempre a pena esperar, antes de elaborar conclusões complexas e de implicações sérias (a não ser em casos graves de procrastinação inveterada). E, portanto, se agora você sente que seu coração está consternado, não confie nos juízos de valor a que for conduzido, como também não se fie a falar o que lhe vem à mente, ferindo entes queridos, ou agindo de forma incoerente com sua conduta normal, porque talvez seja exatamente essa a intenção dos agentes destrutivos que lhe inspiram tais pensamentos: que você aja de modo indevido e se comprometa desnecessariamente.
Sim, às vezes é necessário agir de modo rápido, eficiente e corajoso. Mas tenha sempre em suspeita convites ao desmazelo, à correria, ao radicalismo. Toda postura extremada peca pela infidelidade a um quadro geral, mais amplo, de que é parte componente. Assim, somente ocasiões em que se torne indiscutivelmente inequívoca a necessidade de agir célere e dramaticamente, como situações de emergência, em que a vida de pessoas está em risco, merecem atitudes intempestivas. Afora isso, a prudência, como signo de sabedoria e auto-domínio, será sempre a antecâmara de decisões judiciosas e adequadas, propiciadas pela maior ponderação e avaliação dos elementos envolvidos para a tomada de rumos.
(Texto recebido em 12 de setembro de 2004.)