Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.
· Ser racional. Nunca aceitar nenhuma tese que não seja diretamente comprovada por raciocínios lógicos e práticos. O que fira o bom senso nunca poderá ser considerado genuinamente espírita.
· Ser cristão. Espírita sem amor ou ideal é espírita sem alma. O propósito último do Espiritismo é religar a criatura ao Criador, de modo que o código supremo de conduta ética e espiritualidade lecionado por Jesus é indispensável. E esse código se sintetiza em uma palavra: amor. Todas as decorrências desse princípio se fazem, destarte, espontâneas como obrigatórias ao espírita, tais como: caridade, serviço voluntário, conduta generosa e solidária, indulgência e cordialidade em todas as circunstâncias.
· Ser informado. É dever do espírita manter-se continuamente em busca de se atualizar quanto às novas descobertas da Ciência e entrosar-se com as novas ilações dos pensadores mais proeminentes da cultura. O Espiritismo tem como elemento principiológico basilar continuamente se renovar, acompanhando os avanços da humanidade.
· Ser progressista. Como inferência imediata do item anterior, não pode existir espírita conservador, em tese, já que o Espiritismo é um sistema de renovação contínua, incorporando as contribuições de todos os campos do saber e do agir humanos.
· Ser pacificador. O espírita, apesar de ser progressista, não é um ser de protesto. Encontrando o ponto de equilíbrio ideal entre ação vanguardista e táticas políticas e psicológicas de adaptação ao meio ambiente, o espírita jamais usa o ataque como meio de defesa, nem a violência como instrumento de transformação e melhora. Muito pelo contrário: suas idéias revolucionárias vêm a trazer elucidações importantes aos conflitos interpessoais, dando espaço à discordância e à evolução, sem perturbação e constrangimentos.
· Ser feliz. A felicidade é o resultado direto e imediato do alinhamento com as grandes leis de harmonia e paz do Cosmos. Quem não é feliz não pode estar em consonância com os grandes princípios de equilíbrio e bem estar. Ser feliz é direito e dever, uma busca constante do espírita consciente, certo de que a felicidade traduz um estado de saúde integral, que corresponde aos anseios do ser humano psicologicamente maduro e completo.
· Ser realizador. O espírita deve ter uma consciência naturalmente aguçada de oportunidades de agir, de modo que não perde tempo com especulações vazias. A realização deve ser seu norte constante, com pleno aproveitamento dos ensejos de fazer e se transformar, que a existência lhe propicia.
· Ser ecumênico. Os pruridos de seita, o lamentável sectarismo que se faz ver-se melhor que os outros, e o anseio de proselitismo são completamente avessos à natureza das idéias espíritas. Nem o Espiritismo se considera a única via de salvação, nem está preocupado em converter pessoas a seu círculo de idéias. Tem, por outro lado, paradoxalmente, um grande afã por expandir, o máximo possível, as suas propostas, a fim de que sejam incorporadas ao dia a dia dos indivíduos, tornando-os melhores.
(Texto recebido em 31 de maio de 2001.)