Benjamin Teixeira
e o espírito Eugênia.
Serena e circunspecta como sempre, embora envolta num imperturbável ar de bondade e boa vontade, Eugênia me apareceu, sugerindo fizéssemos um estudo conduzido por ela, ao que, evidentemente, anuí de bom grado. Desejava a adorável mestra dar continuidade ao tema da mensagem publicada anteriormente a esta – “Acalmando as Tempestades da Vida” –, apresentando a visão que podemos adotar como súmula do apropriado, dentro da linha de pensamento proposta pela coqueluche bibliográfica internacional do momento, o livro/filme: “O Segredo”.
Lembrando tratar-se de uma mera continuidade ideológica da corrente “New Thought” e do “Transcendentalismo”, muito influentes nos Estados Unidos da América desde o século XIX – que tiveram como expoentes máximos o filósofo Ralph Waldo Emerson e, no século XX, o pastor metodista Norman Vincent Peale (autor do clássico “O Poder do Pensamento Positivo”) –, pediu-me, por fim, após conversar comigo longamente, que abrisse duas passagens clássicas de obras basilares do kardecismo, a que remetemos o prezado internauta:
1) O item 7, do capítulo 25 de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
2) A questão 556, de “O Livro dos Espíritos”.
Ao perguntar à preclara mentora se deveria ser publicado o sumário de nossas reflexões, ela aquiesceu, pedindo aditasse as palavras que se seguem:
Fujamos de toda postura dogmática, radical e ingênua. A realidade humana é por demais complexa, para caber, por inteiro, em esquemas simplistas de análise e elucubração de propósitos; e a criação divina, então – ainda mais intrincada e abrangente que é, obviamente –, muito menos se poderia submeter ao talante de nossas ideologias embotadas e filosofias de almanaque.
A crença extremada é irmã do materialismo ateu, que tudo nega. E o fanatismo que conduz a posturas infantis de entrega do próprio destino nas mãos de outras Entidades – por mais elevadas que estas sejam –, sem a participação do esforço pessoal, do livre gozo do discernimento pessoal, do exercício das próprias faculdades de decidir, construir e reformular, é tão perigoso como o cinismo consumista.
Saibamos encontrar o meio termo sensato. Deus e as Forças do Universo não são Servos de nossa vontade, dos caprichos que nos surjam, ao império das limitadas personalidades que nos constituem os seres em estágio ainda mui precário de evolução. Tal postura pretensiosa e delirante equivaleria a nos colocar quais crianças que adentrassem um estabelecimento de ensino espiritual, supondo poder dar ordens às autoridades constituídas da instituição.
Quem se opuser aos princípios de disciplina espiritual e de alinhamento aos ideais de sabedoria, amor e justiça, que regem inexoravelmente o Cosmos, sofrerá severas conseqüências, pela automática Lei do Retorno, a principal e mais implacável forma de manifestação da “Lei de Atração” (*).
Somos, de reversa maneira, instrumentos do Criador e Seus Representantes, e, somente na busca sincera de colaborar com a obra do Senhor e Suas Potestades-Embaixadoras, encontraremos o padrão consciencial da alegria, da abundância, da paz e da harmonia imorredouras, tanto quanto o provimento de todas as necessidades (genuínas, e não arbitrárias), sejam físicas ou espirituais. Como nos lecionou o Mestre: “Buscai, primeiramente, o Reino dos Céus e Sua Justiça, e o demais se vos acrescentará”. Não pode haver felicidade profunda, duradoura, verdadeira, sem a comunhão plena com este diapasão psíquico fundamental de Subliminaridade Divina.
(Texto redigido e psicografia recebida em 9 de novembro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)
(*) Eugênia alude ao famigerado princípio que seria o busílis das duas grandes correntes de pensamento, sobremaneira do “Novo Pensamento”.
(Nota do Médium)