Benjamin Teixeira
pelo espírito Roberto.
Deu a louca na sua família? Um ou mais entes queridos parecem surtar? Já tentou conversar, contemporizar e eles continuam delirantes, hostilizando-o gratuitamente? Estão aborrecidos porque não conseguem vampirizá-lo e controlá-lo do jeito que desejam?
Bem… o louco será você mesmo, se forçar a barra e tentar a todo custo estar ao lado dessa gente.
Você não precisa ser íntimo para ser fraterno. Você pode estar disponível e respeitoso, sem precisar dar espaço a abusos. E se, para não ser atacado, você precisa se afastar, faça-o sem remorsos.
Não assimile a culpa alheia. Se outro quer projetar suas falhas em você, problema do outro. Se alguém quer obrigá-lo a fazer o que não quer, à base de manipulação de culpa, problema dessa pessoa. Se ela enlouquece porque você não se submete a ela, problema dela. Se ela o ofende e o ameaça por não entrar no seu sistema de maldade e controle, problema dela.
Lembre-se, amigo, que as obrigações morais começam em casa, mas que você não é obrigado a se destruir em função do desequilíbrio dos outros. Muito pelo contrário: uma das grandes formas de serviço que podemos prestar a alguém é ser-lhe duro em relação a seus aspectos mórbidos de si, a fim de não só não se permitir ser prejudicado, mas favorecer a não repetição do prejuízo com outras pessoas. Como disse Jesus: “misericórdia quero e não sacrifício.”
As verdadeiras famílias são as espirituais. Se você tem sorte de ter uma coincidência da família corpórea com a espiritual, em alguns dos elementos do seu clã, ótimo. Mas se não, mantenha uma distância formal e cortês dos que não se afinam com seu modo de ser, inclusive por um princípio de respeito ao que são, a fim de que não lhe criem transtornos, bem como, em reversa maneira, eles não lhe causem contratempos.
Não por acaso Jesus disse que colocaria filho contra mãe, mãe contra filho, marido contra mulher e vice-e-versa. É quem nem sempre, na parentela biológica, encontram-se espíritos no mesmo padrão evolutivo; podendo haver, em certa medida, a provação da divergência, nos anos inescapáveis da infância de nossos entes queridos ou nossa própria, e, por fim, o carma da superação do preconceito materialista e carnal, de colocar a ligação de consangüinidade acima dos liames do espírito, da afinidade moral e espiritual que reúnem almas em colégio de amigos, de irmãos do espírito.
Loucura, portanto, é fugir a essa realidade e querer, a pulso, que quem não é seja o que queremos, e violentemos os que dizemos amar e a nós próprios, em nome de nossas pressuposições de verdade, nossos caprichos e nossa tirânica tendência de pretender decidir e controlar quem desejamos.
Você, amigo, é irmão de todos, e não desses poucos a que reduz a humanidade. Você é filho de Deus… para sempre…
(Texto recebido em 15 de dezembro de 2002.)