em diálogo com o Espírito Eugênia-Aspásia.
Benjamin Teixeira – Vemos uma grande carência de líderes em todas as áreas da atuação e do conhecimento humanos, não é, Eugênia?
Espírito Eugênia – Existe extremo despreparo, por parte das comunidades mais jovens, para assumirem papéis de vulto no que tange à responsabilidade com o bem comum. Se se prestar atenção, notar-se-á, entre aqueles que têm menos de 60 anos, uma estranha infância prolongada e generalizada, como se víssemos papais e vovôs abobalhados em grandes magotes. Falo isso em relação à imaturidade emocional, jamais aludindo aos aspectos intelectuais, que, sem sombra de dúvida, evoluíram muito, nas massas populares, nos últimos decênios.
BT – A que se pode atribuir isso?
EE – A uma cultura de facilidades. A era da televisão, dos videogames e dos computadores domésticos (mais recentemente) fez desta civilização ocidental uma cultura de crianças crescidas.
BT – Quando você fala “bem comum”…
EE – Aludo a toda ordem de liderança, inclusive às encontradas no seio de organizações voltadas a fins lucrativos. O mundo empresarial e o mercado de trabalho como um todo estão carentes de profissionais e líderes suficientemente capacitados para conduzir as moles humanas, no mar das complexidades e confusões da contemporaneidade. E esta capacitação está na esfera psicológica – ou moral, como seria melhor dizer. O cidadão comum está inseguro e assustado demais. Reforça esta tendência o fato de a complicação da vida moderna e suas solicitações favorecem este estado de ânimo. Entretanto, como se sabe, em épocas de crise e enormes desafios, costumam surgir figuras de grandes líderes. Pode me apontar um, numa área que seja, na humanidade terrícola de hoje? Temos pequenos títeres e simulacros de líderes, gente de carisma construído, que não soa genuíno, porque, de fato, não é. Estudam “marketing” e aplicam algumas jogadas para melhorar a imagem pessoal e o poder de persuasão sobre as pessoas, mas a verdadeira liderança é muito maior e mais profunda que isso: tem a ver com a flama do espírito… Temos, atualmente, estrelas e gente de destaque na mídia. Não me refiro a fama. Falo de pessoas suficientemente capacitadas para gerar movimentos em torno de si, almas luminosas, em termos de personalidade, caráter e propósitos, que criam um modelo e um sonho, um ideal e uma visão prospectiva, para as moles humanas sofridas, desorientadas e, sobretudo, sequiosas de um projeto de futuro em que acreditem e por que possam lutar, trabalhar e viver.
BT – Muito forte o que diz, Eugênia…
EE – Vive-se, lamentavelmente, uma era de cinismo, desesperança e angústia generalizados. A depressão e a síndrome do pânico bem retratam estes dias sombrios de torpor e horror coletivos. O terrorismo, por fim, dá a nota de desespero final que pinta um quadro sinistro da atual conjuntura internacional.
BT – A que se deve isso?
EE – À perda de referenciais espirituais. Homens como Kennedy ou Lincoln, Kubitscheck ou Gandhi eram indivíduos suficientemente humanistas ou baseavam seus ideais em princípios religiosos que sustentavam seu projeto de trabalho, seguido por milhões. Sem ideal (e ideal sincero), não pode haver liderança digna, nem mesmo competente, nem sequer coerente…
BT – E, então, o que devemos fazer ou o que devemos esperar?
EE – Novos líderes surgirão, em tempo breve, remoçando o panorama da civilização humana.
BT – Só isso nos diria?
EE – Seria incorreto antecipar qualquer informação adicional neste particular. Os envolvidos devem seguir os alvitres do seu livre-arbítrio, e, se minudenciássemos informes, estaríamos induzindo pessoas a certas escolhas. Estas opções de destino têm que ser inteiramente de iniciativa dos próprios líderes; afinal de contas, ser líder, basicamente, é ser capaz de inflamar multidões com um caminho, uma causa, um motivo gigante que envolva a todos. Líderes que precisem de provocações diretas não são legítimos, porque lhes falta a atribuição basilar que constitui a natureza do condutor de multidões: iniciativa segura e resoluta, que, entretanto, nada tem a ver com arrogância ou presunção.
BT – E para todos que nos lêem, na educação de filhos e de si mesmos, o que se deve fazer para contrabalançar esta tendência moderna à infantilização?
EE – Quebrar a tendência generalizada a aguardar facilidades excessivas da vida. Na era do controle remoto e da internet, em que um mundo de possibilidades parece estar à distância de poucas tecladas ao computador, cria-se uma tremenda e trágica ilusão de que as coisas não seriam difíceis de ser conquistadas. E nunca os desafios foram tão complexos e delicados, com tão sutis nuanças, como hoje. Para a vitória em campo tão intrincado e difícil qual a liderança, é indispensável disciplina, trabalho árduo, capacidade e disposição para o sacrifício pessoal, tanto quanto motivação por um ideal suficientemente nobre e elevado, para que se façam os maiores gestos de heroísmo como se fossem iniciativas vulgares. Além disso, muito preparo intelectual, muita coragem, muita resistência à dor, muita maturidade psicológica (para não se dar importância a ataques e calúnias ao próprio nome) e, por fim, muita fé em Deus. Acabei de traçar, em poucas linhas, algumas das mais difíceis características a se reunirem em uma pessoa, mas que, somente enfeixadas numa única criatura, podem fazer dela um grande líder. Quem não tiver em si, suficientemente consolidados, tais apanágios, desista de se expor ao que não comportará ou, pior: que fará indevida e insuficientemente.
Notas da Equipe de Divulgação e Edição:
Aproxime-se da Espiritualidade Superior você também, caro leitor, beneficiando-se de Sua sabedoria, proteção e amor. Freqüente as palestras gratuitas do líder encarnado do Projeto Salto Quântico, o médium Benjamin Teixeira, que acontecem no Espaço Emes, em Aracaju, Sergipe, às 19 h e 30 min de domingos, nas quais, além da inspiração dos Imortais em todos os tópicos abordados, ainda há a fala direta dos grandes mestres desencarnados da Espiritualidade, ao fim da reunião, através da psicofonia do orador espírita. A assiduidade semanal a atividades como esta, de busca coletiva de Deus e da Espiritualidade Sublime, é indispensável à consecução de nossos objetivos de paz, sabedoria e felicidade, em todos os departamentos de nossas existências.
Fonte: http://www.mariacristo.com.br