em diálogo com o espírito Eugênia.
Eugênia, nossos leitores desejariam saber como é o mundo espiritual. Quando morremos, para onde vamos? Outros autores desencarnados já falaram sobre isso, mas desejaríamos obter sua visão a respeito.
Sem dúvida, posso. O mundo espiritual constitui uma mera continuação das aflições, aspirações, bem como da vida intelectual, afetiva e moral de quem esteja no plano físico de vida e sofra o decesso do corpo. O organismo de carne é simplesmente um aparelho biológico para manifestação do ser pensante, em certa ordem de freqüência existencial, assim como a Física revela ser a dimensão material aquilo que está incluso num determinado espectro vibratório de elementos subatômicos. Desvencilhando-se do arcabouço animal, o indivíduo trafega para a dimensão espiritual condizente com seus gostos, afinidades, interesses e caráter. Assim, veremos viciados acoplarem-se a grupos de viciados, atormentados na outra dimensão em busca de “vasos vivos” (os encarnados que partilhem da mesma ordem de dependência), para dar continuidade às suas expansões de desequilíbrio. Os pervertidos e malévolos consorciam-se, de sua parte, com aqueles que se afinam com seu modo de ser, conjugando-se a planos mefistofélicos, azucrinando indivíduos e multidões de encarnados, com sua inspiração medonha, dando asas à sua compulsão de poder, ainda que aplicado no mal. Aqueles, todavia, detentores de relativos patrimônios de moralidade e de virtude, cumpridores de seus deveres profissionais, familiares e sociais, gravitam para circuitos de pensamento e sentimento que se coadunam, igualmente, com sua condição mais civilizada. Destarte, colônias, cidades, instituições, verdadeiras organizações avançadas para fins humanitários, científicos, filosóficos e religiosos estruturam-se na nossa dimensão de vida, oferecendo aparato comunitário àqueles que almejam aprimorar suas qualidades, bem como devotar-se às atividades do bem, inspirando, por exemplo, os encarnados que desejem contribuir para o progresso da humanidade ou apenas realizar o melhor pelos entes queridos sob sua responsabilidade.
Então, há sistemas avançados e outros retrógrados de organização humana na outra dimensão?
Sim, e os que estão em freqüências mais elevadas não podem ser acessados pelos que se insulam nos baixos domínios dos instintos primários de barbárie, egoísmo e primitivismo. Já os que se encontram nos círculos mais luminosos de consciência podem, sempre julguem necessário, descer aos estratos de vibração inferior, para, por exemplo, resgatar os que se arrependem ou socorrer almas ignorantes, ainda longe da nobreza, mas de boa índole, exploradas em suas fraquezas pelos arquivilões das regiões infernais do espírito em torno do orbe (que são chamados, em diversas religiões, de demônios), espíritos simples estes que careçam de inspiração para compreender o que se passa consigo, e, assim, possam, efetivamente, fazer uma escolha livre sobre onde pretendem estagiar no período “entrevidas” ou “intermissivo” (entre reencarnações). Com a intransponível barreira vibratória entre o plano do bem e o do mal, para os que se encontram nas freqüências inferiores, a Divina Providência protege aqueles que desejam ascender em Sua direção, como isola aqueles que se atormentam reciprocamente, até que o caldeirão do sofrimento íntimo se lhes afigure insuportável e, livremente, busquem o socorro do Alto, que nunca lhes faltará. O progresso não é obrigatório, embora, paradoxalmente, constitua uma fatalidade psíquica, já que toda criatura possui o impulso fundamental à transcendência. Como, quando e em que circunstâncias, porém, esta escalada aos patamares mais sublimes de pensamento e sentimento acontecerá, corre por conta do livre-arbítrio de cada criatura, o que implica dizer que muitos tomam, por boa-vontade e esforço próprio, um trajeto mais retilíneo e curto em direção a Deus, ao passo que outros preferem fazer voltas sinuosas na mesma jornada. Todos, entretanto, cedo ou tarde, dar-se-ão conta desta necessidade visceral de seus espíritos, e, saturando-se das paixões em que se consomem, despertarão para o desejo de sublimar-se e, por conseguinte, felicitar-se verdadeiramente.
Mais algo deseja dizer sobre isso?
Sim, que estas organizações, apesar de alojadas no nosso plano extrafísico de vida, interpenetram suas freqüências psíquicas com as dos encarnados, e que, pela escolha de objetivos e de valores, cada criatura reencarnada sofrerá influência de um ou de outro plano de consciência. Portanto, a disciplina interna, a opção por ideais nobres e o distanciamento possível que se possa estabelecer de tudo que seja ilícito, antiético ou vicioso favorece uma salvaguarda do indivíduo contra essas organizações da sombra, tanto quanto o desejo de ser útil e fazer o bem ao próximo, o cumprimento dos próprios deveres, o amor, a caridade, as práticas espirituais, como a meditação e a oração, aproximam a pessoa da influência benfazeja, protetora e inspiradora dos anjos “ocultos” da humanidade.
(Diálogo travado com o espírito Eugênia, em 25 de junho de 2006. Revisão de Delano Mothé.)
Observação:
Precisando ausentar-nos da cidade, acompanhado de sete componentes de nossa equipe, e não sendo possível atualizarmos, com a qualidade que gostaríamos, as mensagens a aqui serem expostas, fizemos uma triagem prévia, secundado pelos bondosos e sábios orientadores espirituais, de alguns artigos que consideramos mais ricos, trazidos a lume nos últimos meses, que serão re-lançados, automaticamente, pelo sistema administrador de nosso sítio eletrônico, à 0 h de cada dia (conforme o horário de Aracaju, atualmente alinhado com o de Brasília).
Ao todo, apenas três redações psicográficas foram programadas a serem re-publicadas, correspondendo às “mensagens do dia” de quarta, quinta e sexta-feiras desta semana. Entrementes, ausentar-nos-emos por apenas quatro dias. No sábado, às 17 h, portanto, já estaremos apresentando, pessoalmente, ao vivo, nosso programa televisivo da TV Aperipê, tanto quanto compareceremos, se Deus permitir, no Espaço Emes, domingo, às 19 h e 30 min, para proferir a palestra semanal de nossas reuniões públicas.
Irmão em Cristo, Jesus e Maria Cristo,
Benjamin Teixeira.
Aracaju, 25 de dezembro de 2006.
Fonte: http://www.saltoquantico.com.br