Benjamin Teixeira
pelo espírito Eustáquio.
Sentes-te dilapidado nos patrimônios mais caros de tua alma. Quem te parecia dar, tomou-te. Quando mais te sentias carente e mais te deste em perdão e humildade, a figura riu dos teus sentimentos, e, em seguida, deixou-te ao desamparo, com rematada indiferença e requinte de crueldade psicológica.
Olha, porém, acima dos horizontes sombrios de hoje. Acima das nuvens borrascosas do agora, raia, vitorioso, o sol das possibilidades novas, a te sorrirem no amanhã.
A poda do momento difícil é alvissareira do reflorescimento da árvore da vida, prometendo frutos novos, num alvorecer futuro, por caminhos ignotos…
Não dramatizes teus problemas. Vê tudo em perspectiva, e recorda-te de que o que no momento te parece tosco, ao lusco-fusco da angústia, logo mais se te pode afigurar retilíneo e apropriado, sob os holofotes da lucidez e da tranqüilidade.
Não tomes decisões nem ajas ou fales agora, de um modo de que te possas te arrepender mais tarde. E, destarte, prefere a meditação e a reflexão, até que o tumulto da crise se desfaça, e possas, então, de são juízo, posicionar-te. Por ora, na dúvida, ainda que a dor te pareça clara mensageira de teu acerto em agir desta ou daquela forma, aguarda, em prece, que ao menos uma noite se passe sobre teu problema. Seguindo tal alvitre, surpreender-te-ás com o número de vezes em que, supondo-te certíssimo em agir de determinado modo, estejas, em verdade, tomado de uma espécie de surto emocional, a contaminar e deturpar os circuitos saudáveis do pensamento, e, por conseqüência, das conclusões e decisões.
Por outro lado, pára de te sentires vítima de injustiça incompreensível. É possível que o Divino Senhor te acha conduzido a tal situação delicada apenas para te lecionar paciência, humildade e maturidade psicológica, portanto constituindo a contingência amarga de que ora te lamentas uma dádiva e não um castigo medonho.
Sendo assim, religa, neste instante, tua alma a Deus, e lembra-te, por meio do culto da oração e da esperança: sobrepairando todas as dores e todos os problemas, o Criador sempre tem e é a solução, o provimento e a bem-aventurança da plenitude e da abundância.
(Texto recebido em 18 de maio de 2005.)
(*) O jovem mal-passado dos vinte anos parecia totalmente derrotado, ante a surpresa negativa das atitudes do seu “grande amor”. Ele poderia ser qualquer um de nós, num momento difícil das relações humanas. Quantos males, desastres, desgastes e rupturas nos relacionamentos interpessoais, incluindo os mais sagrados e nobres, seriam evitados, se as sábias sugestões aqui enfeixadas fossem seguidas, ainda que parcialmente?… “Curto e grosso”, Eustáquio dá uma lição de fé, maturidade e longaminidade, ao rapaz… e a todos nós.
(Nota do Médium)