Benjamin Teixeira
pelo espírito
Roberto.

Querida:

Você me diz que seu batom anda borrado…
E como vai a vermelhidão de suas paixões, na causa do bem? Não acha que anda por demais desanimada, e, portanto, poderia se aplicar um pouco mais a trazer vida à sua vida?

Você me fala que seu cabelo está “horrível”…
E como está a apresentação espiritual de sua aura? Como vai o teor de seus sentimentos e o conteúdo de seus pensamentos? De acordo com o campo íntimo, a carteira de identidade da alma – a aura – manifesta-se mais luminosa ou menos, compacta e cheia ou com fissuras e buracos energéticos, revelando exatamente quem é, sem retoques, para seus amigos espirituais, que não se impressionarão com suas encenações de dor e carência.

Você me fala que está “enorme” de gorda… Que tem que perder uns infinitos dois quilos…
Como estão, contudo, meu bem, seus acréscimos desnecessários de apegos, vícios, manias, desejos e necessidades? Se você anda com peso excessivo na alma, gerando, inclusive, maior densidade em seu psicossoma (corpo espiritual), não terá como subir para o Plano Maior, nem mesmo quando, ainda encarnada, pedir socorro ao Mais Alto, em suas preces.

Você me fala que precisaria de um homem mais compreensivo, romântico e amoroso. Mas quanto você tem sido uma mulher mais tolerante e amorosa com outras pessoas, independentemente de ser seu homem ou não, principalmente as crianças carentes? Sente-se vítima por não ser tratada como uma lady? E que dizer de crianças que estão morrendo de fome ao seu lado?

Sei que é difícil aceitar essas verdades, mas, enquanto o futuro da humanidade aponta na direção de um mundo mais feminino e espiritual, e alguns homens francamente ainda permanecem grosseiros e egoístas, há mulheres que fazem vergonha ao seu sexo, terrivelmente fúteis, que não são mães pelo coração, nem sensíveis sinceramente para com os outros. São doces e amáveis por fora, mas pérfidas e cínicas por dentro. Com aparência frágil, são só covardes, e se choram, choram apenas por si…

E, por fim, sentem-se vítimas porque não surgem pessoas e situações, principalmente um príncipe encantado, que lhes venham resolver todos os problemas e elas possam, é claro, continuar em seu império de parasitismo e inutilidade, criando prejuízos para si e para todos que tiverem o azar de estar ao alcance de sua influência, com sua língua venal e seu coração de pedra, hábil, porém, para a dissimulação e o ardil…

Teriam muito a aprender com os homens que condenam: lealdade, coragem, disposição ao trabalho, objetividade, determinação, autonomia, disciplina, responsabilidade – características presentes, em boa medida, na maioria dos espíritos masculinos da Terra. Elas, porém, se sentem especiais, por serem fracas e débeis, e ocas e artificiais… Execráveis!!! Vergonha não só para o gênero feminino da espécie, mas para toda a Humanidade.

Para esse gênero de mulheres, Jesus diria, sem mesuras: “Afastai-vos de Mim, hipócritas! Afastai-vos de mim, sepulcros caiados: brancos por fora e cheios de podridão e rapina por dentro. Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.”

Amiga… Acorde. Você pode enganar alguns homens mais tolos. Mas o universo vê o que se passa em secreto no seu coração e, em nome de Deus, dar-lhe-á o troco por ser tão fria e má por dentro. E, por favor, nesses momentos necessários e justos de corrigenda, que já deve estar experimentando aqui ou ali, para piorar bem mais depois da morte, tenha a dignidade de não fazer aquele beicinho ridículo de bebê e encher os olhinhos de vidro, sem alma, de lágrimas falsas (que talvez nem mesmo você saiba quão falsas são: caprichosas, mimosas e egoísticas). Levante-se, tenha vergonha na lata, e assuma a plena responsabilidade por sua vida, deixando de ser peso morto e de fato contribuir para o próprio e o bem comum.

Papai é mau, porque não a enche de dinheiro? Maridinho é bruto, mas você não se separa, porque a mesadinha é boa e não quer viver às próprias custas ou “cair de nível”? Por favor, contenha-se e me poupe dessa lamentação patética. Pouca gente é tão boba quanto você pensa, e enxerga-a exatamente como é, possivelmente com tintas que lhe pioram os traços deploráveis da alma.

Torne-se adulta de fato e pense em algo mais além de shoppings, alta-sociedade, corpinho perfeito, pele esticada, roupas da moda e cabelo da hora. Seja mãe de verdade, seja, em suma, mulher de verdade, na plena acepção da palavra, porque mulher que não se assemelha a anjo na Terra, é suspeita de ser serpente, porque há curiosa característica na personalidade feminil: não se enquadra, salvo honrosas exceções, a meios termos: ou é divina, ou diabólica…

(Texto recebido em 18 de dezembro de 2002.)