Benjamin Teixeira
pelo espírito Gustavo Henrique.
Deus permite, amiúde, que uma mente seja conduzida à beira do colapso, para lhe dar oportunidade de refletir e emendar-se. Não se renda à culpa, ao remorso por haver incorrido em erro. Incorpore a experiência, em plenitude, como convite a não mais reincidir no equívoco em que sabe haver resvalado.
Não pense ser mórbida a perspectiva que apresenta o ser humano cercado de influências trevosas, a par de sugestões benignas, de gênios desencarnados. Trata-se de retratação de uma realidade e não de uma criação teratológica de mente doentia. Conhecer os micróbios favorece posturas preventivas. O mesmo se pode dizer com relação à obsessão, esse terrível flagelo humano. Desconhecê-la ou não crer em sua existência só propicia uma menor proteção do indivíduo à sua ingerência nefasta no psiquismo.
O bem é, em última análise, a única força que existe no universo, como expressão de Deus, sendo o mal sua mera ausência. Mas isso se dá num nível escatológico, filosófico e profundo. Num nível superficial, existencial e funcional, o mal existe… e como existe! Suas manifestações sitiam a criatura, espreitando-a, seguindo-a, vigiando-a continuamente; encurralando-a, freqüentemente. O homem, em sua condição de ser em busca da transcendência, constitui bem o drama de conflito representado na simbologia da cruz, suspenso entre a terra e o céu, entre o bem e o mal, no afã de, embora preso às raízes da animalidade, exalçar-se às alturas da angelitude…
Não descreia de seu poder de acertar, de superar seus limites, de vencer-se. Se você sinceramente está tentando, se você sinceramente quer acertar e está procurando aprender, momento chegará em que você atingirá um ponto de saturação na consciência em que, então, ocorrerá um salto quântico de valores, sentimento e conduta, com uma alteração completa de parâmetros de interpretação das coisas e de comportamento. Para favorecer tal evento, porém, não se esqueça de se manter fiel à prática da oração e, esteja certo: mais cedo ou mais tarde, o Senhor o soerguerá da lama de sua condição primitiva de ser preso à retaguarda, lançando-o em direção aos altiplanos do ser divino que é em potencial, já hoje.
(Texto de 18 de novembro de 2001.)