Benjamin Teixeira
pelo espírito Anacleto.
As estratégias das trevas aparentam ganhar terreno, na obra que lhe foi confiada pela Divina Providência.
Fatos são distorcidos e mal-interpretados, atitudes suas enérgicas, mas necessárias, consideradas brutas ou injustas. Seu sorriso complacente, pelo esforço de contemporizar e relevar faltas numerosas, traduzido como sinal de complacência e de sujeição ao mal.
Sempre se coloca como um cidadão comum e, com isso, em vez de mais o valorizarem, pela ausência do desejo de supremacia, esquecem de todos os seus sacrifícios e empenho diuturno, na realização grandiosa que está sob seu encargo, e que nem de longe imaginam quanto lhe custou e ainda custa, e, ignorando o respeito e a reverência que lhe devem, como orientador e dirigente do empreendimento, tratam-no como um destemperado vulgar, por lhe perceberem traços de humanidade que nunca ocultou, agindo como filhos adolescentes rebeldes, blasfemando, ingratos, contra o pai de quem tanto se beneficiaram.
Poderia ser arrogante, como tantos que se mostram em destaque diante da multidão, e porque se mostra modesto e espontâneo, como eles sentem que nunca seriam, se estivessem em seu lugar, têm-no à conta de covarde e ardiloso… Não sabendo, os pobres coitados, quão forte, destemido e determinado é, justamente a ponto de não temer mostrar-se vulnerável e simples. Equivocaram-se tremendamente na avaliação que fizeram de você e desdenharam-no, perdendo seu respeito e amizade, como alguém que, em considerando um leão manso como um gato, apenas por ser um felino, cutuca-o, com desprezo, dentro da jaula… Quem perde, porém, nessa atitude disparatada, superficial e mesquinha?
Você é o professor de ginásio, consciencioso e bom, que se mistura, em sala de aula, a seus jovens discípulos, sem se preocupar em ocupar a cátedra, alunos recém saídos da infância do espírito e que, por verem-no igualado nos folguedos e conversações simples, para lhes melhor ajudar e ser persuasivo, é visto à conta de bobo e despreparado, apenas porque não faz ares de superioridade e impõe distância, o que justamente indicaria menor maturidade psicológica e táticas menos desenvolvidas de ensino. Com isso, contudo, quem perde com o exemplo e oportunidade de estar mais perto do mestre? Se eles, com atitudes despropositadas, desacatam-no a ponto de inviabilizar essa técnica pedagógica, bem mais branda, e passem, por determinação da diretoria da escola, a ser submetidos ao mesmo sistema de afastamento e autoridade entre corpo docente e discente, quem, por fim, vai perder com tudo isso? Apiede-se deles, e siga adiante, cumprindo o que sua consciência lhe sugere. Eles se sentiram ofendidos porque usou sua autoridade de professor e determinou o que era justo, e por não tê-los consultado? Mas o professor adulto deve consultar os alunos infanto-juvenis, para estabelecer o currículo escolar? Eles o vêm injusto por não ser democrático na escola, quando não se trata aí de lugar para política, e chamar a atenção de alguém quando se faz necessário? Que se pode fazer se eles esquecem de que você já passou pela fase que estão há muitos evos e se também olvidam qual sua função e responsabilidade na vida deles? Não adianta, às vezes, lamentar-se. Há estudantes relapsos que só se dão bem com professores negligentes e irresponsáveis. Cabe-nos, tão-somente, ou adaptar-se psicologicamente à situação, ou, simplesmente, dar suspensão ao aluno displicente e perturbador, quiçá expulsão da escola, por parte da diretoria da escola, que lhe supervisiona as atividades.
Recebem o favor de sua concessão de trabalhar na obra, e, tão-logo começam a agir, julgam-se indispensáveis, com direitos adquiridos e inalienáveis a manobrar e pressionar ao talante de seus caprichos pessoais. Não sabem eles que, ainda que fossem tão importantes como se julgam, quando há perda de trabalhadores, pelo fato de não se afinarem ao padrão de princípios imprescindível ao bom andamento da tarefa, por mais aparentemente relevantes, funciona isso como a poda de uma árvore frutífera, que cresce ainda mais pujante após a “sangria”, rendendo mais e melhores frutos. O histórico de seu próprio trabalho, bem como de outros de natureza similar, atesta bem como isso é verdadeiro e mesmo salutar e desejável, sempre que há desarmonias no conjunto de operadores. E sua personalidade, que tão facilmente se desliga de relacionamentos impróprios, com enorme facilidade para se permitir tais “perdas”, assustá-los-ia se a percebessem como é, autônoma e não subserviente, como consideram, indevidamente.
Pessoas venais espalham o pérfido bafio do mexerico, lançando colaboradores e amigos uns contra os outros e, principalmente, contra você próprio.
Invejosos são atiçados em suas frustrações.
Hipócritas desejosos de prestígio e poder, manipulados em seu impulso medonho de destruição e sedição.
O frio sinistro da obsessão escoa por toda parte, hipnotizando pessoas para seus interesses egóicos, não sabendo o alto preço que terão que pagar por se lhes renderem às sugestões malévolas, por criarem percalços para uma obra de origem divina.
Aquele galã de baixa classe envolve a dama carente em palavras sedutoras, apenas para pô-la a seu favor, magoado por não ter o destaque que julga merecer no concerto das atividades.
Aquela senhora, com falsos ares de piedade, envolve pessoas, como que revelando segredos, qual se confidenciasse, na verdade cooptando apoiadores para a sua causa: a da destruição da ordem estabelecida, a fim de que a todos possa controlar, do seu modo.
Aquel’outro, que mal consegue dissimular a medonha inveja que sente de seu posto de trabalho, mal introduzido na militância, imediatamente se mostrou com ares indignados, jurando colaboração com os reclamantes, logo após as primeiras lamentações, ansioso por ver o circo pegar fogo, apenas para poder reduzir-lhe a autoridade moral sobre o grupo de amigos de ideal.
Agem pelas costas, na surdina, arregimentando partidários do contra, em conversas de pé de ouvido, sem se mostrarem abertamente, quando todos, até desconhecidos, sempre tiveram livre acesso a falar com você, e somente isso já seria o bastante para desmascará-los em suas intenções menos dignas.
Como sempre, todavia, passarão e a obra de Deus continuará. Não foram os primeiros que não o compreenderam e o atacaram injustamente, nem serão os últimos. Assim, nunca se adapte às conveniências do mal. Quem estiver em sintonia com o bem, que o prove, pela sua disposição em ouvir, perdoar e unir, e nunca pelo impulso de minar amizades, lançar pessoas umas contra outras, destruir reputações dignas, desmerecer trabalhos honrosos.
Você se lamenta porque alguns corações bons, que nada têm contra você e que sinceramente estão a favor do trabalho, estão sendo ludibriados e aliciados, para essa campanha da desagregação. Mas recorde-se de que são todos adultos e que têm o direito de usar seu livre-arbítrio, bem como fazer suas avaliações ao seu modo, dando, inclusive, entrada franca aos lobos devoradores, ainda que isso signifique ver tudo às avessas em assunto crítico para a salvação geral. Lembre-se, outrossim, de que é muito difícil avaliar-se com clareza e precisão entes queridos e pessoas que alimentam o ego de seus ouvintes e lhes suprem em suas neuroses e carências.
A única fidelidade que você deve buscar é a fidelidade à própria consciência e a Deus. Quem estiver com você, dessa forma, muito bem. Se não, que sigam seus caminhos como queiram, sem, no entanto, receberem brechas, de sua parte, a que perturbem e destruam o trabalho que não pertence a você, muito menos a eles.
Vêem-no com maus olhos e travam o fluxo da realização do melhor, criando empeços energéticos e emocionais, humanos e espirituais, para a tarefa que Deus lhe designou, após o ácido corrosivo da fofoca e da falsa amizade lhes ter envenenado as mentes e os corações, por tanto tempo. Estão agindo como algozes e se sentem vítimas…
Tudo isso, contudo, pouco importa, porque está, meu caro, sob proteção das Potestades Celestes, agindo como um homem reto, justo e bom. Se sua consciência está em paz, se está do lado de seus mentores e com Deus, quem, meu filho, realmente quem poderá estar contra você???…
(Texto recebido em 28 de dezembro de 2002.)