Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
As crises fomentam rupturas paradigmáticas inadiáveis. Quando determinada mundividência, certo quadro de valores esgotou suas funções evolutivas, quando já ensinou tudo que poderia ou propiciou toda forma possível de aprendizado que um indivíduo poderia fazer por seu intermédio, surge o colapso do sistema de pensamento.
Para alguns, através de morte dramática de ente querido. Para outros, a perda da saúde (provisoriamente ou não). A perda de um emprego ou de importante oportunidade profissional. Para outros ainda é a percepção clara dos próprios limites, do corpo ou da mente, como a chegada a idades emblemáticas (30,40,50 anos). Para outros, o casamento, o nascimento de um filho ou a descoberta de uma traição. A decepção com entes queridos ou pessoas em que investíamos confiança é grande combustível para experiências transformacionais profundas. O término de um casamento, o casamento dos filhos, ou simplesmente sua saída de casa, idem. A perda da identidade de mãe protetora (na chamada “síndrome do ninho vazio”). A mudança de cidade, inesperada e obrigatória, por impositivo profissional ou familiar, a saída de uma empresa, novos amigos, nova religião. Em suma, tudo pode promover uma revolução de paradigmas, de parâmetros interpretativos da realidade, ocasionando, assim, grandes transformações íntimas e, conseqüentemente, externas, facilita, catalisa, acelera e concretiza uma crise evolutiva impostergável.
Algumas pessoas, porém, mais sensíveis, acabam provocando ou permitindo aconteçam transições importantes, sem que grandes abalos ou eventos trágicos externos as motive a tanto. Há, assim, daqueles que se sentem impelidos, por curiosidade ou uma invencível sensação de vazio, a procurar outra religião ou um novo estilo ou filosofia de vida, um novo relacionamento conjugal, mais satisfatório, ou uma nova profissão ou ocupação, ainda que não remunerada. Para essas, não são necessários os ferrões que algumas almas mais refratárias ao progresso não prescindem para seguir. Alguns, então, dotados de mediunidade ostensiva, podem ser diretamente conduzidos por mentores desencarnados de expressiva envergadura evolutiva, para novos padrões de compreensão da realidade, ou ainda discípulos sinceros da verdade podem fazê-lo por incentivo e com condução de mentores encarnados. Estes economizam tempo, sofrimento e antecipam o deleite de novas fases de consciência. Mas sempre existe o momento em que a necessidade de uma pequena crise surge, já que, aqui ou ali, uma maior ou menor resistência qualquer pessoa oferece, emperrando os fluxos da evolução. Só que o que para uns não acontece sem uma tragédia, como a perda de um filho ou uma experiência-de-quase-morte, outros conseguem com um simples solavanco, como uma forte repreensão do chefe. Mais uma vez, subsiste, nesses casos, a lei da necessidade. Quanto maior a resistência do indivíduo, maior a premência de que seja sacudido por crises, e, no mesmo sentido, quanto mais flexível uma personalidade, quanto mais aberta à mudança, menos precisará padecer solavancos fortes da vida.
Se quer sofrer menos, aprenda a evoluir mais. Favoreça os mecanismos da transformação, da melhoria em todos os sentidos. Não que se confie a toda sorte de perfeccionismo, puritanismo ou pretensão de superioridade. Mas, preservando o bom senso, sem paranoias, favoreça tudo que convier ao seu progresso como um todo, dando particular atenção ao desenvolvimento dos sentimentos. Fazendo isso não só abreviará sua dor e evitará outras tantas, como ainda precipitará, prolongará e intensificará alegrias, muitas que hoje sequer conhece ou pode conceber.
(Texto recebido em 21 de maio de 2003.)
(*) Em viagem, participando da “33ª Semana Espírita de Itabuna”, não pude corrigir a falha de atualização da mensagem desta quarta-feira, pelo que peço desculpas, bem como, outrossim, por nenhum de meus colaboradores terem podido também fazer nada a respeito, por precisarem do envio de mensagem mediúnica nova de minha parte, o que estava impossibilitado de fazer, sem acesso à internet. Esta é a segunda vez que a mesma mensagem é programada a figurar no site e simplesmente “não obedece” ao comando de para lá ir. Assim, pus outra no lugar, já às 20 h de ontem. Se você não a viu e deseja ler, clique no canto superior esquerdo da tela de seu PC, em “mensagens anteriores” e selecione-a.
(Nota do Médium)