(Comunicação espiritual através do amor; combate ao desânimo; dedicação sem excesso.)

Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Diga a (…) que estamos nos comunicando em pensamento, através dos movimentos para o bem e para a paz. Nem sempre nos é possível fazer a fala direta, de natureza medianímica, mas nos é viável manter as almas unidas, pela voz do coração, por onde nos comunicamos uns com os outros, mediante o sem-fio do Hálito de Deus, por toda parte: o Amor.

Ela tem sentido isso, quando demonstra afeto pelas pessoas, desinteressadamente. Porta um coração largo, capaz de distender afeto, sistematicamente, e tem-no feito volta e meia, embora desanime – o que, na experiência humana, é defensável, mas não bom. O desânimo não merece nosso desânimo – sei que parece contraditório, mas é isso mesmo: se nos entregamos a ele, perdemos as chances de dele nos libertar. Mobilizar forças, no momento de maior depressão, para fazer o bem comum, ainda que em quotas pequeninas, como nos for exeqüível, constitui a rota, paradoxal quão feliz, da redenção pessoal.

Outrossim, informe-lhe que confio em sua capacidade de ir além das aparências, além das crises e dificuldades humanas normais, e que, destarte, como menina de bom coração, será capaz de desferir verdadeiros saltos de crescimento e fortalecimento íntimos, rumo à sua transcendência, na direção de sua própria superação.

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Comunique a (…) que mui me agradou a sentinela de trabalho e ação intelectuais que montou hoje, em meio a seu dia de repouso. Muito embora seja válido dedicarmos tempo ao lazer e descanso, à família e à caridade, seu devotamento à nossa causa e às funções de nossa organização denotam o brilho espiritual de um alma denodada e valorosa.

Quero que saiba, outrossim, que lhe não podemos ainda adiantar nenhuma resposta, que lhe seja de cunho pessoal de responsabilidade, em função de lhe não subtrair oportunidade de crescimento e fortalecimento do próprio psiquismo. Aludo a seu desejo de obter, de nosso Plano, um alvitre mais específico e objetivo, preciso e claro, a respeito da possibilidade ou oportunidade de suspender suas atividades (ou quando isso poderia ocorrer) na medicina cirúrgica bucal (*1). Discordamos, realmente, de qualquer manifestação mais diretiva, conquanto saibamos que a prezada companheira estaria disposta a efetuar mesmo alguns sacrifícios neste sentido. Mas lhe posso afiançar que está sendo deveras assistida, tanto neste quanto em diversos outros aspectos de sua existência, de molde a que obtenha, muito breve, por si mesma, conclusões de excelente nível, acerca da temática.

Seguindo, importa-lhe dizer, ademais, que não a vejo fora de rota, em termos de suas orações. Hoje, pela manhã, achou-se muito deficiente neste particular. Inobstante devamos considerar sagrado todo zelo com a prática oracional, buscando mesmo, quanto possível, elastecer e aprofundar seus exercícios, sempre que o quisermos e sentirmos necessário, precisamos nos recordar do que nos lecionou Nosso Senhor Jesus, neste quesito, ao nos asseverar que o Pai nos ouviria não pelo muito falarmos, mas sim por nos dirigirmos a Ele, com sinceridade, no reduto sagrado de nossos corações.

Encerrando, deixo-lhe meu beijo de mãe devota, agradecida por se abnegar na Causa da Mãe de Jesus, aditando-lhe, todavia, que Nosso Senhor muito Se agrada desta ordem de serviço, assim como todo filho extremoso grato fica, em relação àqueles que servem e ajudam sua mãe.

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(…) está muito tristinha hoje, porque notou dificuldades mais acentuadas, no convívio com a genitora, muito embora isso não lhe inserisse dúvidas no cosmo íntimo, em relação a estar com ela e dever permanecer residindo com a mãezinha, neste período. Alguns velhos vícios de outrora apareceram, recorrentes, desanimando-a.

Não se impressione, minha filha (*2), nem conclua haver má vontade – como será tentada a supor – da parte de sua mãezinha adorada, em função de repetir ela comportamento que lhe é desagradável, como já teve oportunidade de revelar-lho, em várias ocasiões. Recorde-se de que, amiúde, além das questões psicológicas (considerando as matrizes de resistência à mudança que o ego e os sistemas neuróticos infiltram no arcabouço mental das criaturas) e das de natureza neurológica, na deficiência de plasticidade neuronal dos cérebros em idade senil, ainda subsiste (e muito intensamente) o processo obsessional, dos agentes da Sombra, que pugnam, dentro e fora de você mesma, por lhe desestabilizar o equilíbrio, em fase tão crítica, significativa e importante de tomada de responsabilidade, tanto no âmbito profissional, como no seio de sua própria existência íntima, no trato com as figuras de poder do mesmo sexo, que aguardavam, de sua maturidade, a solução de antigas e seculares pendências.

(…)

Desejo muita determinação, como tem demonstrado, e otimismo sempre, sem que isso a faça se sentir um tanto abobalhada, ou Alice ou Pollyanna (*3), como lhe vieram impressões a respeito, ultimamente, por efeito das vozes introjetadas, parentais e culturais, que lhe dizem ser irreais as posturas esperançosas, confiantes e otimistas, quando, em verdade, são aquelas vozes que apresentam o maior e mais grave engodo de todos: o do pessimismo, do derrotismo e da falta de fé, em si mesmo, em Deus e na força do Bem, para triunfar, em última análise, sempre, em todas as injunções da existência humana.

(Extratos de mensagens mediúnicas recebidas no dia 6 de abril de 2008. Revisão de Delano Mothé.)

(*1) Odontologia. No passado, em nosso país, e, ainda hoje, em muitas nações desenvolvidas, a odontologia continua sendo uma especialidade médica.

(*2) Às vezes, deixando a perspectiva de quem fala sobre o(a) destinatário(a) da mensagem, Eugênia passa a se comunicar diretamente com ele (ela). A rigor, gramaticalmente considerando, seria um erro a ser corrigido, mas creio deva-se preservar esta forma flexível de comunicação, pois é como se a Mestra estivesse se dirigindo, alternadamente, a mim, como porta-voz mediúnico, e à pessoa a quem endereça sua missiva psíquica.

(*3) Referência aos clássicos internacionais da literatura infantil “Alice no País das Maravilhas” e “Pollyanna” – o primeiro, aludindo a experiências aparentemente surreais e absurdas; o outro, a vivências que seriam piegas ou românticas demais.

(Notas do Médium)