(Ego sabotador; compensando-se por erros do passado; os grandes mestres; famintos de Luz.)


Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Perceber os mecanismos sabotadores do ego é de estratégica importância para que, por conseguinte, possamos superá-los, contorná-los, ou, ao menos, não nos deixar ser por eles conduzidos, controlados e paralisados.

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Muito mais importante é a continuidade de um padrão de crescimento do que um instante de vitória, que pode se fazer aparente, provisória. Naturalmente, quem evolui se dá conta de que se poderia ter saído melhor em episódios do passado (mesmo porque o aprendizado e a experiência propiciados pelo tempo levam a criatura a fazer avaliações diferentes sobre situações por que atravessou). Mas, exatamente em função de enxergar um erro no pretérito, a pessoa pode reagir tão bem no presente, no sentido de se ressarcir por esses antigos equívocos, que venha a compensar, em muito, o mal que haja perpetrado, a ponto de, num futuro remoto ou mesmo próximo, este mesmo indivíduo que resvalou em erro, chegar a abençoar os deslizes em que incorreu, por lhe haverem gerado o impulso de reparação, responsável por lhe fomentar um progresso bem maior que o que teria logrado, caso não houvesse caído no desvão da falta.

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Os grandes mestres do Plano Sublime, além de ases da Luz Espiritual, são, na mesma medida, grandes conhecedores da psicologia humana. Logo, jamais deixariam de reconhecer as problemáticas e as dificuldades sofridas por seus pupilos – na busca de superarem antigas tendências, incrustadas em seus psiquismos –, e tampouco ignorariam a relativa autonomia que o inconsciente demonstra, em processos de autodisciplina, por mais heróica seja a determinação de alguém em transcender-se. Se o radicalismo não é comportável numa visão humana sobre o próprio ser humano, imagine-se do que são capazes, em termos de tolerância e flexibilidade de conceitos, os gênios do Domínio Excelso de Vida.

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Quando se chega a um certo grau de consciência, não há como ficar-se muito tempo apartado da Luz, porque se conquistou um tal nível de conexão e alinhamento com os Desígnios Divinos, que se passa a senti-l’Os como uma necessidade própria. Deus é o Pão que não se pode mais dispensar. Foi exatamente o que Jesus, na condição de Representante máximo da Voz do Criador na Terra, quis dizer ao afirmar ser Ele o Pão que alimentaria o mundo, que nunca mais permitiria tornasse a sentir fome a criatura que d’Ele se servisse. Por outro lado, enquanto o indivíduo não encontra o meio apropriado de atender a este reclamo profundo da alma, nada lhe consegue aplacar a afligente premência, gerando, por um sinistro mecanismo compensatório, a compulsão para o horror das drogas e de todos os vícios, que envolvam ou não substâncias químicas.

(Texto compilado em 25 de fevereiro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)