Introdução do médium
Roberto é uma entidade do plano espiritual com quem travo contato frequente, desde 20 de setembro de 1993, dia em que se apresentou a mim e em que entabulamos uma longa conversa, de meados da noite até 1h30 da madrugada de 21 de setembro.
Enfermeiro de formação, está sempre presente em reuniões mediúnicas de que participo. Amiúde, surge à minha psicovidência em situações corriqueiras, especificando problemas orgânicos de pessoas com quem convivo – problemas esses que desconheço e que são confirmados pelos próprios destinatários de tais comunicados mediúnicos –, sugerindo-lhes cuidados e mesmo apresentando, mais raramente, alguns diagnósticos que só mais tarde vêm a ser corroborados por exames médicos.
De origem germânica, aparece como um exemplar digno do tipo ariano, de olhos castanhos e traços muito finos. Aparenta não passar dos mesmos quase trinta anos, há mais de sete anos. O linguajar coloquial, o tom sempre hilário e, não raro, irônico, bem como a especial sagacidade para assuntos do dia a dia, fazem-no muito mais próximo de nós, encarnados, e de nossas aflições, do que Eugênia, em sua sublimidade quase transcendente.
É de uma objetividade quase ríspida e irratadiça, se assim posso dizer, com aquele tipo de impaciência lógica bem comum aos homens inteligentes da Terra de hoje. Tem dificuldade de tolerar a estupidez e incoerência alheias. É de uma franqueza sem meandros e, em vários momentos, francamente agressiva. Pode abalar os estômagos pouco afeitos à realidade nua e crua, sem as camadas de verniz que nossas mentes muitas vezes preguiçosas e nossos corações tantas outras viciados na acomodação costumam apor à verdade, para melhor digeri-la.
Em suma: um ser muito humano. Por detrás, porém, da aparência rude e comum, Roberto oculta um coração de ouro e uma aptidão particularmente brilhante para abordar temas complexos com simplicidade e didatismo. É um sábio, ao seu modo, e bem acessível à multidão.
Com vibração próxima à nossa, do plano físico, é a ele que recorro, em situações que exijam opinião da Espiritualidade, quando não estou com o sinal mediúnico numa frequência suficientemente alta para acessar a faixa da adorável e sapientíssima Eugênia. Nesses momentos, ele a representa. Discípulo da grande mentora, parece aplicado e perspicaz em lhe seguir a Escola de Pensamento. Amigo e irmão meu de outras vidas, tem sido o mesmo, para mim, nesta atual existência física, a despeito do abismo vibracional que nos separa.
Presumo que sua maneira livre e quase chã de expressão poderá surpreender alguns leitores mais rigorosos do nosso site. Peço desculpas por ele, já que a responsabilidade pelo que é dito, escrito e publicado nas comunicações mediúnicas é do próprio medianeiro. Deixei-o, porém, manifestar-se em toda sua clareza quase brutal, por sentir ser ela particularmente eficaz em atingir o coração de determinados psicotipos de nossa humanidade atual, principalmente presentes entre as mentes masculinas. A surpresa, porém, que poderia chocar, creio eu, deverá muito mais provavelmente provocar risos e uma deliciosa anuência com os raciocínios expendidos por Roberto. E, mais que uma mera aquiescência, também simpatia, com seu jeito peculiar de aversão a toda forma excessivamente polida e hipócrita de falar de bem e de verdade.
Em outras poucas ocasiões, publiquei textos de coautoria desse amigo querido do outro plano de Vida. Todavia, mantive-o mais alinhado, mais dentro dos trâmites de meus filtros mediúnicos. Desta feita, entrementes, permiti que ele transparecesse mais “in natura”. Acredito que, com isso, o prezado leitor e a querida leitora serão cativados pela sagacidade bem-humorada de Roberto, que, nos últimos anos, tem-me feito rir muitas vezes, até mesmo em público, com comentários chistosos e sempre prenhes de lições interessantes e enriquecedoras.
Com você, prezado visitante do site Salto Quântico, para seu deleite, Roberto.
Benjamin Teixeira.
Aracaju, madrugada de 15 de janeiro de 2001
Falando francamente
Benjamin Teixeira
pelo espírito Roberto Daniel
Olhe aqui, meu chapa: só é possível ser feliz com um pouco de juízo. Você parece não ter nem um pingo disso. Então, só posso lhe dizer que você é que é um insensato, e não que a vida que não presta.
Não ande em alta velocidade – os carros de hoje são armas ambulantes: são explosivos! Não têm sistemas anticolisão, nem previnem o motorista de perigos no percurso. Pior que tudo, nem sequer dão ao motorista o direito de não dirigir: ele tem que guiar o veículo, mesmo com sono ou embriagado. Os automóveis de hoje, portanto, não são “auto-móveis” – são movidos por outros. Dispensaram os cavalos, mas falta-lhes ainda a inteligência.
Você reclama que está mal com sua esposa. E por que não lhe dá um buquê de flores? Ah!… porque ela “não merece”? Ou porque acha que isso é “frescura”? Oh, não… já sei: é porque acha que ela vai “montar” em você, se for bonzinho demais com ela, n’é? E você não merece ter uma esposa feliz? Se ela ‘tá mal, quem é que aguenta o pato? Você prefere ter razão a ser feliz? Prefere ficar nessa de todo-poderoso, dono da verdade? Que besteira!!! Mas, se isso não lhe convence e se você não quiser seguir minha sugestão, sem problema, Zé Mané. Já, já outro fará isso em seu lugar, não só dando o buquê de flores a ela, mas enviando aquela cartinha de amor que você sempre se recusou a lhe escrever, e ainda a tratará como uma lady, bem ao modo insuportavelmente romântico que você detesta e que ela adora. E, então, veremos quem foi o otário!!!
Ah, certo!… O cara do trabalho, não é isso mesmo? Ele é falante, amigueiro, exibido e consegue melhor espaço que você, que é mais competente que ele… Sim… E você se sente terrivelmente injustiçado, não é isso? Mas me diga uma coisa: que tal você considerar que a falta é sua e passar a ser um pouquinho mais social? Vai adiantar alguma coisa você pôr a culpa no Fulano, se você só tem controle sobre seus atos? Por outro lado, não acha que a competência está também na habilidade de lidar com pessoas e saber se posicionar e se impor em grupos? Você não precisa ser manhoso, nem passar a perna nos outros, mas, qual é, cara! tem que espertar! Se você deixa que abusem de você e puxem seu tapete, a babaquice é sua, e não do malandro, que ‘tá sendo coerente com a realidade dele. Afinal, ele não é mesmo antiético? Você é cheio de brios, mas ser decente não é ser bobo. Seja honesto, mas também psicológico e astuto, sem ser capcioso.
Por fim, queria lhe sugerir uma coisa: Veja se se liga, cara! A vida física é curta demais p’ra você ficar feito um bundão, resfolegando numa poltrona, diante da TV, reclamando por não ser reconhecido, por não conseguir o que quer, por não lhe tratarem como deseja ou acha que merece. Saia dessa, meu irmão! Você é ainda o bebezinho que chora p’ra mamãe dar de mamar, é? Vá à luta, mexa o esqueleto, arranque o traseiro das almofadas fofas de sua preguiça e de sua covardia! Pare com esse ridículo de se sentir coitadinho… Você ‘tá mais p’ra imbecil. Ninguém é culpado por você ainda querer ser o neném, por você achar que o mundo tem obrigação de vir resolver seus problemas, por você não ir atrás de suas soluções. A vida é sua, brother! A responsabilidade não é de ninguém mais. Nem do governo, nem de seus pais, nem da criação que lhe deram, nem da esposa – de ninguém, só sua!!! Esqueça essa idiotice de procurar bodes expiatórios: é você quem vive como um bode amarrado no pé da cama… e quem sofre, também, é você!!!
Bem, vou nessa! Não tenho mais nada a lhe dizer a não ser uma coisa: Se sua vida ‘tá uma “merda”, por que você não dá um jeito de melhorá-la, hein? ‘Tá resolvendo alguma coisa você ficar aí curtindo fossa? Eu, no seu lugar, meu chapa, já ‘taria n’outra, há muito tempo!!!…
(Mensagem recebida em 14 de janeiro de 2001.)