Em vez de dizer, conforme a antiga canção da MPB: “eu era feliz e não sabia”, compreenda que o despertar da consciência, em patamar mais elevado de lucidez e maturidade, conduz ao estado de “eureca”, que pode ser traduzido e assimilado como: “eu sou feliz agora e não estava me apercebendo disso”.
Os conceitos de felicidade, na Terra dos dias de hoje, são, de forma geral, infantis, permeados de expectativas utópicas e vergonhosamente impregnados de reclamações hiperdimensionadas e injustas.
Via de regra, o sentido de felicidade está focado no âmbito equivocado de certas ambições que não a realizam – muito pelo contrário, deixam um vazio impreenchível em seu lugar, que fomenta compulsões atordoantes e infelicitadoras. Tais ambições consistem na supervalorização do 1) amor romântico, 2) do sucesso financeiro e/ou profissional e do 3) prestígio e popularidade pessoais, amiúde desvinculados do espírito de responsabilidade social.
Somente na busca de satisfazer seus ideais e vocações mais nobres ou humanitários, pode você ser feliz, de modo profundo e duradouro. Felicidade, todavia, não se confunde com euforia constante, nem contradiz (e sim engloba, em sua totalidade) as inexoráveis experiências de frustração, monotonia e mesmo angústia, que, quando não se fazem sistemáticas, compõem a condição humana.
Eugênia-Aspásia (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
21 de janeiro de 2020