Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Cometeu um deslize de conduta e a esposa, em casa, fez pirraça gratuita, sem saber de nada, sem motivos aparentes?
Não se irrite com a companheira. A Divina Providência permite que seu carma pelo momento de vacilação moral seja assim consumido – ao menos em sua carga maior – como um raio destrutivo contra a relação, que a parceira sensível absorve e filtra.
Agiu incorretamente no trabalho, há algum tempo, e sofre, logo em seguida, uma campanha difamatória totalmente injusta?
Perdoe o fomentador dos boatos, sem se sentir vítima. Muito embora deva tomar iniciativas de auto-defesa, aceite com humildade a prova que o sublima, educando-o.
Uma colisão automobilística amassa-lhe o veículo último-modelo, recém-adquirido?
O apego exagerado aos bens materiais poderia lhe estar condicionando a necessidade de uma desencarnação imediata, suspensa pela alternativa terapêutica de uma perda material menor que seu corpo físico, que lhe convida ao desprendimento e renúncia ao supérfluo e transitório, para que sustente sua vida sobre o alicerce seguro do essencial e duradouro: os valores do espírito – seu auto-domínio, capacidade intelectual e moral, inteligência emocional e intuição, conhecimento e experiência.
Seja o que for que lhe aconteça de desagradável e inesperado, pense que poderia ter sido pior – e seria – , já que Deus é infinita bondade, sempre amenizando todas as provações, fazendo com que o menos ruim possível aconteça, para que o máximo de aprendizado e crescimento ocorra, em função de a felicidade, a plenitude e a paz do indivíduo serem promovidas.
A Divindade, assim, engendra circunstâncias que favoreçam o surgimento de fios-terra para a reversão energética inexorável e automática dos mecanismos da lei de causa-e-efeito.
Extraia, destarte, da experiência amarga que vivencia, a lição que lhe subjaz, como uma proposta de desenvolvimento e solução de sua existência, em todos os sentidos, inclusive no de adotar todas as precauções cabíveis a que o evento nefasto não torne a acontecer.
Mas esteja convicto de que, seja o que for que lhe tenha sucedido, a Divina Bondade lhe permitiu ocorrer o mínimo dos mínimos de todas as dores de que careceria, como recurso didático de estímulo à sua evolução, tanto quanto um professor consciencioso que dosa, equanimemente, tempo de disciplina acadêmica, nos exercícios indispensáveis de sala de aula, e tempo reservado ao recreio, nas pausas igualmente imprescindíveis à saúde emocional e equilíbrio geral da criança. E Deus, é claro, prezado amigo, está infinitamente acima da sabedoria somada de todos os mestres de todos os tempos…
Confie, portanto, irrestritamente, em Seus desígnios, sem que, por isso, descure de ser responsável pelo que está a seu alcance, mas compreendendo que, acima de tudo, sobrepaira, sempre, Sua providência perfeita, e Sua sabedoria sem-fim que nunca deixam ninguém sofrer injustamente e nada permite aconteça, sem um benefício, direto ou indireto, mediato ou imediato, para os indivíduos envolvidos em qualquer ocorrência.
(Texto recebido em 4 de dezembro de 2002.)