Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia
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Sua vida está um turbilhão? Vá para o olho do furacão. No olho do vórtice, impera a tranqüilidade.

Se sua vida está um terremoto, afaste-se do epicentro, onde é mais arrasador o abalo sísmico.

Há “crises-furacão” e “crises-terremoto”, que exigem reações diametralmente opostas.

Nas crises-furação, é necessário, antes de tudo, encontrar o ponto de serenidade que favorece a compreensão e a lucidez, a maturidade de uma decisão conscienciosa e justa. São as situações que, de dentro, nos pedem comportamento reto e bom.

Há, todavia, situações externas, crises que partem dos outros, as crises-terremoto, e que, na verdade, nos exigem, tão-somente, o respeito do afastamento deliberado, sem que nos envolvamos com os processos de aprendizado do outro, por mais tentador que nos seja tentar intervir para aliviar-lhe as tensões, como no caso das crises de desenvolvimento em nossos filhos.

Se o problema é nosso, temos que ir ao centro e não fugir. O olho do furacão é benéfico. Se o problema é o do outro, devemos nos manter distantes e isso não constituirá fuga, mas distanciamento respeitoso e correto, já que a hora e a questão são do semelhante e não nossos. De fato, os epicentros dos terremotos são terríveis.

Avalie cuidadosamente o que vive, e veja se não confunde terremotos com furacões, porque o centro de um pode ser sua responsabilidade; quanto chegar ao núcleo do outro constituir uma invasão de sua parte no território alheio. Um poder-lhe-á constituir passaporte para o paraíso, como, o outro, um bilhete de via sem escalas para o inferno.

No discernimento claro entre uma e outra situação, encontrará a chave para a solução de seus dilemas íntimos mais profundos.

(Texto recebido em 7 de novembro de 2002.)