Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eustáquio.

 

Ante a fúria dos elementos, quando entram em cena as forças do mal, aquieta-te e ora. No olho do furacão, jaz a calmaria.

Quando te sentires envolvido pelos vetores da desagregação, medita um pouco, relaxa a mente, e aguarda, enquanto trabalhas, efetivamente, pela mobilização das potências do bem, da verdade, da construção, no sentido de solucionar as pendências do momento crítico, com praticidade, objetividade e, dentro do possível, isenção de ânimos.

Não te lastimes por qualquer perda que hajas sofrido, ou mesmo pelos deslizes em que haja incorrido, por influência dos jatos poderosos da influência “desorganizante”. Reconhece teu erro – onde de fato houveres te equivocado –, envida esforços no sentido de reparar eventuais danos causados a quem quer que seja, mas segue, de cabeça erguida e coração prenhe de alegria e motivação ao trabalho, para o próximo momento de aprendizado, para a próxima etapa de crescimento, cônscio de que Deus sempre vela pelos passos daqueles que sinceramente tentam acertar, na medida de suas possibilidades, e que se empenham em melhorar a cada dia.

Sim, estás triste. Entrementes, enquanto te sentes assim, trabalha pela ventura alheia e, em tempo, as Potestades da Vida recambiar-te-ão a alegria perdida, transfundindo fracassos em êxitos ‘inda mais retumbantes que aqueles que foram perdidos, provisoriamente.

“Anátema!” – bradam aqueles que não desejam o serviço do bem, na intenção daqueles que pregam as duras palavras da verdade. Sim, a política, a diplomacia, a psicologia são importantes, tanto quanto possível, no concerto das relações humanas, mas há sempre um instante em que a voz da verdade precisa soar, e, quase sempre, é dolorosa para quem houve, tanto quanto pode custar algo para quem a manifesta.

Se, assim, sentes-te mártir da voz da verdade, após alijar a hipótese da arrogância e da presunção pessoais, agradece a Deus a oportunidade de sacrifício pessoal e recorda-te do que disse Jesus: que não haveria quem abandonasse tudo por Ele que não recebesse, já nesta vida, cem vezes mais, e, na outra, a vida eterna!…
Não olvida, outrossim, que, n’outra passagem de Seu Evangelho, afirmou o Mestre que indispensável se fazia revelá-l´O ante os homens, para que Ele nos revelasse ante o Pai. A voz do ideal nunca pode ser calada, sob pena de perdermos nossa própria alma. Destarte, tolera e releva a dor passageira desta crise, aceita tua cruz, com paciência e humildade, e, por fim, aguarda por eventos melhores, pois que, quando menos se espera, tudo se resolve, nos braços de Deus, como sabes estar, se permaneces a serviço d’Ele, na pessoa de teu próximo.

(Texto recebido em 13 de março de 2005.)