Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.
Miríades de sofredores, encarnados e desencarnados, acercam-se de seus passos, todos os dias, implorando atenção e socorro, cura e alívio de necessidades e dores. Se parar para observar, vê-los-á na criança chorosa que lhe busca o regaço; no idoso cansado que lhe procura os ouvidos; na esposa carente que lhe pede mais dos olhos; no pedinte da rua que lhe colhe o conteúdo da bolsa; na irmã em desvario mental que lhe suplica compreensão; no credor impaciente que lhe roga humildade; no devedor orgulhoso que lhe exige renúncia a manifestações de gratidão.
Os desencarnados seguem colados, psiquicamente, aos passantes angustiados de suas veredas diárias. Aturdidos, aturdem os que lhe dão guarida mental, confundindo pensamentos, torturando emoções, gerando mal-estar geral e perturbação do equilíbrio interior. Aproveitam-se de tendências ocultas ou expressas e, assim, aliciam camaradas para sua causa de desagregação, alimentando as fraquezas e inclinações negativas de cada um, para derrocada de indivíduos e coletividades.
Eles também carecem de sua piedade, de sua paciência cristã, de suas preces fervorosas, para, quanto antes, despertarem do pesadelo de idéias lúgubres a que se sentem atados.
Reaja, agora, irmão em Cristo, dentro do calvário de provações em que se sente inserido. Notará que, em muitos aspectos, pode ele constituir um jardim-ante-câmara do paraíso, se agir com humildade, paciência e caridade.
Um pouco de gentileza aqui, um pouco de silêncio ali, e trabalho no bem sempre, e logo a paz se restabelecerá, e todos tomarão seus devidos lugares, no concerto dos acontecimentos, regido pelo Maestro Impecável. Confie na partitura às Suas Mãos: Ele nunca se engana. Siga seu coração: pela voz da consciência e da intuição, saberá exatamente qual seu papel, na peça de destino executada em conjunto com seus parceiros de caminho evolutivo.
Nada de temor – tudo passa: só o bem permanece.
(Texto recebido em 13 de janeiro de 2003.)