Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Há múltiplas possibilidades para um futuro feliz, e todas elas devem ser cogitadas, antes de se fazer a escolha pelos melhores caminhos. Obviamente, não podemos propor um universo de opções lineares, mas existe sempre a necessidade de alguma renúncia, a fim de que haja coerência, dentro das alternativas por que se decidiu.

Não pense que Deus lhe pede abdique de sua felicidade, mas sim, justamente ao contrário, que a encontre plenamente, pelo único meio que há: equilíbrio, ainda que dinâmico; disciplina, ainda que flexível; ordem, ainda que complexa. Outrossim, não se frustre pelas más escolhas de ontem. Você pode ressarcir-se por elas hoje, compensando-se naquilo em que ficou a lacuna. Se entrar no ciclo vicioso da culpa, tenderá a não sair dele nunca, criando situações progressivamente vexatórias e complicadas, enredadas em ciclos viciosos de problema e lamentação.

Sei que você quer se libertar de todas as peias, quer ser livre e feliz. E, exatamente para ser livre e feliz, precisa de disciplina. Ou certas regras – às vezes regrinhas simples, mas importantes – são respeitadas, ou se inviabiliza o bem-estar, o progresso, a paz e a ordem. Hoje, se você não pode conter completamente a gula, à mesa, descanse o aparelho digestivo ao jantar. Se quer repousar a mente, durante todo o dia, pelo menos leia por uma meia hora, que não vai fazer diferença no seu esgotamento, mas sim na sua consciência e no seu cabedal de cultura. Se não pode perdoar completamente um desafeto, seja gentil com algumas pessoas queridas, prodigalizando o seu amor. Se não pode ter uma fortuna guardada, para maior segurança no futuro, faça a poupança de alguns vinténs – ainda que isto lhe pareça completamente improfícuo. Ou seja: pequenas iniciativas, esforços ínfimos, mas que contam muito, desde que constantes, desde que transformados em hábito, em estado de espírito.

Um sorriso largo, quando não se pode fazer um gesto de caridade, já vale, às vezes, muito mais que a generosidade praticada com o cenho carregado. O beijo na criança carente, ou um mero toque, um carinho na cabecinha, um aperto de mão, a conversa gentil com quem sofreria desprezo, o olhar de afeto aos que seriam vistos com asco pela multidão. Esses pequenos lances de amor, de virtude, de bondade podem fazer maravilhas na alma de quem recebe e, principalmente, na de quem os oferece. Experimente e verá.

Você, querido amigo, não precisa ser santo – e nem será, ainda que o queira, se não for o seu padrão evolutivo de agora –, mas pode dar de si o que constitui o seu melhor, sem dissimulações, sem encenações, sem exageros: apenas o seu melhor. Uma migalha de amizade aqui, uma gotícula de ternura ali, um gesto de generosidade acolá. Agindo assim, quando menos esperar, um oceano de amor estará vindo em sua direção, como efeito reverso desse universo de justiça indefectível. Quando menos esperar, naturalmente estará realizando até mesmo iniciativas mais ousadas de serviço e devotamento, quase sem esforço e sacrifício – ações que julgaria, no passado, inadequadas à sua natureza, elevadas demais para partirem espontaneamente de seu coração. É porque, afinal de contas, a evolução não é algo que aconteça sob controle de quem cresce, qual se dá com as plântulas, que se convertem em árvores frondosas, por efeito do tempo. Somos tão-somente jardineiros de nossa alma; podemos regar, adubar e podar, mas, no que tange, propriamente, ao desenvolvimento do cultivo de nossa psique, cabe-nos, simplesmente, esperar. Devemos cuidar de nós próprios, irrigando bons pensamentos, fertilizando virtudes e boas iniciativas de bem fazer; todavia, em última análise, a melhoria efetiva de nós mesmos é obra de Deus, que, pela ação do tempo, transforma-nos, paulatinamente – sementinhas de deuses que somos –, em gigantescos semideuses de poder, conhecimento, verdade e amor, na longínqua angelitude que nos aguarda adiante, no trajeto evolucional…

(Texto recebido em 21 de abril de 2000. Revisão atual de Delano Mothé.)

Duas fabulosas mensagens mediúnicas foram aqui publicadas, neste fim de semana… Pois é, amigo assinante… Tornamos à publicação de artigos mediúnicos também nos dias não-úteis, neste sítio eletrônico… A explicação, entre risível e muito educativa, para a aparente contradição de avisos sobre a temática da periodicidade de publicação das mensagens, está explicitada, em minúcias, em diálogo que travei com a grande mestra desencarnada, trazido a lume no próprio sábado, dia 03/05. Se não o leu e deseja acessá-lo, clique em “Mensagens Anteriores”.

Benjamin Teixeira.
Aracaju, 5 de maio de 2008.