Espírito Gustavo Henrique
entrevista Benjamin Teixeira.
(Espírito Gustavo Henrique) – Benjamin, nossa tão cara Eugênia pede se lhe pergunte: por que você afirmou, na carta aberta aditada à postagem de ontem, abaixo da caixa de áudio do Culto do Evangelho, gravado ao vivo, ter aprendido muito com os que nele fizeram uso da palavra?
(Benjamin Teixeira) – Porque, de fato, aprendi. Estava muito cansado, já amanhecendo o dia, quando pude me permitir ouvir o registro de voz do Culto desta quarta-feira, 9 de dezembro, e muito me senti gratificado. A bondosa Eugênia, por exemplo, misericordiosamente, acrescentava comentários às falas de cada um dos “ministros da palavra”, favorecendo-me entendimento mais profundo e amplo do que era explanado.
Sou uma pessoa portadora de muitos defeitos, precisando lapidar-me, para melhor reluzir a iridescência que não é minha, mas sim d’Aqueles que nos acompanham da Espiritualidade Excelsa, verdadeiros detentores das prerrogativas de santidade e sabedoria, em nosso “Colégio de Almas Irmãs”, como costuma o Espírito Eugênia denominar nossa Escola de Pensamento. As pessoas que nos amam, nos respeitam, e nem sequer têm o desejo de nos repreender, podem ser Canais preferenciais do Altíssimo, para nossos corações necessitados do pão do Espírito… Mas com uma condição: que o amado-respeitado, que se faz audiente, tenha “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, nos dizeres de Nosso Senhor Jesus. Quando não escutamos as repreensões, nos lábios adocicados dos amigos, ouvi-las-emos na fala ácida dos inimigos, com menos probabilidade de lhes assimilar o conteúdo com acerto, porque estaremos “armados”. Ainda assim, aprendemos: com mais vagar, todavia, amiúde perdendo séculos, encarnações inteiras, tentando, em vão, provar que o outro estava errado (ou mais errado que nós) e que não tinha o direito ou a autoridade moral para nos censurar.
Por outro lado, os amigos ali congregados são professores do nosso Instituto, todos eles empossados, recentemente, nesta condição, responsáveis por episódicas conduções do Grupo de Estudos de nosso Núcleo Central em Aracaju. Mais ainda, cabe considerar que, num trabalho como o do Culto do Evangelho, sob inspiração e tutela do Plano Sublime de Vida, existe a insuflação intuitiva dos Mestres da Espiritualidade Maior, que favorecem a canalização de pérolas de Luz para todos nós. Por fim, alertou-nos Masaharu Taniguchi, o egrégio fundador da linha “Seicho-No-Ie”: “Todas as criaturas são nossos mestres.”
[Masaharu Taniguchi (1893-1985) – criador da Seicho-No-Ie]
(EGH) – Benjamin, para quem vê de fora, soa, quando não insincero, surreal que um professor de Espiritualidade se diga portador de muitos defeitos e tão carente de aprender.
(BT) – Se não me sentisse assim, sin-ce-ra-men-te, não poderia estar na posição que ocupo, re-al-men-te. TODOS, na minha visão, no planeta Terra, somos portadores de MUITOS DEFEITOS. A questão é que desenvolvemos diversos sistemas de justificativa para eles, de evasão à responsabilidade por nossos atos, de fuga ao dever de nos modificar, ainda que gradativa e criteriosamente, sem repressões psicológicas ou autocondenações amargas demais. Quanto menos despertada uma pessoa, para sua condição de ser em trajeto evolutivo, mais está preocupada em dar respaldo ao que não tem fundamento, explicar o que não faz sentido, desculpar-se sempre, em vez de assumir o que fez ou não fez… em suma: mais se mostra resistente a tomar em suas mãos o leme da nau de sua existência, sem transferir a responsabilidade para terceiros, pelos insucessos ou infelicidades em sua vida.
Uma das soluções básicas para o ser humano em nosso orbe seria pararmos de olhar para fora, quando estamos críticos, e, em contrapartida, aprendermos a exalar afeto legítimo, para nossos irmãos em humanidade. Já pensou como seria um mundo em que todos estivessem focados em se aprimorar como pessoas, voltando a crítica para si mesmos, enquanto reservassem amor para as relações interpessoais, em forma de indulgência, compreensão e longanimidade? Isso não implicar dizer que deixássemos de ver, e mesmo que, como professores e administradores, até não devêssemos repreender as falhas alheias, mas sem aquela acidez típica de quem pretende ferir e dizer: “Você é o problema”.
Trabalhamos para fazer um mundo mais feliz. Estamos na Escola da Felicidade. E não pode haver felicidade sem autoconhecimento, sem burilamento constante de quem estamos, para nos tornarmos, plenamente, quem Somos, em Essência. E é por isso que disse, pouco acima, nesta mesma resposta, que o processo de autorreforma deve ser suave, sem repressões íntimas – que teriam efeito reverso, contrarreativo, de reforçar, conforme nos ensina a psicologia, tendências destrutivas, em vez de transmutá-las, construtivamente, nas qualidades que nos faltam, correlatas aos defeitos que carregamos ainda, no bojo de nossas personalidades limitadas. Quando afirmei que me senti edificado, com as mensagens de sabedoria de que nossos amigos se fizeram arautos para mim, no transcurso da escuta do Culto do Evangelho, foi outra forma de dizer que fiquei agradecido, feliz, saciado em minha sede de crescimento interior, e não que me abati, por me reconhecer portador desta ou daquela falha… Isso seria um meio para invalidar, parcialmente, o benefício que eu poderia auferir do material em estudo. Tanto fiquei satisfeito e grato, que fiz questão de lhes escrever, e ainda deixar aberta ao público minha fala do coração a eles dirigida. O Espírito Eugênia, por outro lado, pediu-me que revelasse este meu sentimento, para estimular essa perspectiva em todos, a bem de cada um, por sinal… Lá vai o professor de novo (risos): esse deve ser um padrão em nossa vida interna, e não um momento de exceção, quando nos sentimos em “estado de graça”, para “dar uma de humildes” (risos). Estava eu cansado de uma viagem longa (entre rodovias, aeroportos e os dois destinos: Americana e Aracaju), moído por um dia inteiro de trabalho (converso com os Espíritos e estudo nas viagens), quase “caindo de sono”, mas a Mestra Espiritual me presenteou com esta oportunidade de exercitar humildade e paciência, resignação e amor fraterno, numa circunstância pouco favorável. Fiquei muito agradecido a Ela também, por isso. Aliás, eu costumava chegar de viagens semelhantes com um terrível mau humor, por ter sido obrigado a me intoxicar, comprimido numa “bisnaga metálica sobre as nuvens”, com as energias de um “monte de gente indisciplinada e desligada de Deus”, encarnada e desencarnada (risos – bem que é verdade! – risos). Tenho desenvolvido a tendência inversa, com o buril e o cinzel d’alma, continuamente aplicados.
(EGH) – Obrigado, Benjamin. Deseja aditar mais alguma coisa?
(BT) – Que exercitemos mais, com toda sinceridade, a humildade que nos falta, neste mundo de vaidades excessivas. O ego é sempre péssimo conselheiro, porque constitui um sistema de processamento de dados que distorce o que aufere de fora, deturpando também o que vem de dentro. Creio que nossa preclara Mestra pretendia que eu falasse sobre isso, a fim de não parecer que estejamos num exercício de cortesia social ou de (Deus nos livre disso!) encenação de pseudo-humildade, para cativar admiração – o que seria um total contrassenso, em vista de nossos propósitos de alinhamento com o Domínio Sublime de Vida. Não sou humilde; por isso mesmo exercito a humildade, duramente. Todos – acredito – precisamos cultivar o ouvir, amorosa, profunda e sinceramente, os apontamentos daqueles que desejam partilhar conosco suas ideias, seus sentimentos, seus valores, suas intuições, sobremaneira quando movidos por influência do mesmo diapasão autêntico de aprendizado, automelhoria e crescimento contínuo rumo a nos tornarmos mais úteis e sintonizados com o Bem Supremo que, sumamente, é Amor – o contrário pleno do ego.
(Diálogo travado em 10 de dezembro de 2009).
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