Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.
As lágrimas se lhe misturaram aos sorrisos, quando menos esperava? Tranqüilize-se, amigo. Pode sair seguramente do estado de perplexidade e aceitar o aparente contra-senso do momento ou a incoerência da alma querida como naturais. Complexos mecanismos de defesa do inconsciente fazem com que crises eclodam justamente quando mais seguras se sentem as pessoas, ou seja: quando tudo está bem. Considere, assim, o aluvião de mágoas e dissabores durante fases de bons acontecimentos algo de extremamente natural e mesmo esperável.
Se hoje lhe destratam, perdoe, e siga. O amigo pode estar atormentado por tenazes ocultas, a lhe aturdirem as linhas do pensamento e lhe confundirem as expressões do coração. O perdão pacifica o coração e faz bem principalmente a quem o concede. Libere-se do rancor, da raiva e do ressentimento: constituem padrões psíquicos impregnados de energias deletérias de terrível poder destruidor.
Não se precipite em julgamentos. Deixe sempre a poeira do turbilhão do momento assentar. Logo que o vórtice da maior exaltação se houver desfeito, perceberá, ditoso, que o amigo só estava lhe pedindo socorro, em meio a desespero surdo que nem mesmo ele notava, tanto quanto aquele que lhe parecia inimigo talvez esteja tentando entender-lhe as intenções ocultas, em meio a sinceras demonstrações de adversidade, tanto quanto será sincero no instante de se fazer amigo.
Perdoe e se perdoe, sem remoer o passado. O presente é riquíssimo em dádivas de oportunidades; e o futuro, um celeiro infinito de possibilidades para o bem e a felicidade.
(Texto recebido em 28 de julho de 2001.)