(Fabuloso, Instigante e Sapientíssimo Diálogo com a Mestra da Sabedoria e da Felicidade.)
Delano Mothé e Benjamin de Aguiar,
em diálogo com o Espírito Eugênia.
(Delano Mothé) – Benjamin recentemente afirmou, durante uma palestra, que Sigmund Freud fora muito feliz em apelar para a tese da sexualidade como fomentadora de todos os movimentos psicológicos humanos, a fim de que houvesse maior receptividade pública para a existência do inconsciente – que à época soava como ideia quase surreal. A Senhora teria algo a nos clarear sobre o assunto?
(Espírito Eugênia) – Sim, não foi por acaso que o Pai da Psicanálise instituiu, conforme ele mesmo denominou, a “doutrina da libido”, como alicerce de sua respeitável obra intelectual de pesquisa intrapsíquica, inobstante ter dado uma conotação muito ampla ao vocábulo “libido”: impulso à vida (genericamente considerado), a ponto de incluir o processo de sublimação, consoante inúmeras vezes já ventilamos esta particularidade curiosa do trabalho literário-psicológico do grande filho da pátria austríaca.
(Benjamin de Aguiar) – Eugênia, por que você parou por aqui? Não achei suficiente o que nos disse, para quem tem dúvidas no assunto. Desculpe-me se estou num tom desrespeitoso ou invasivo com a Mestra.
(EE) – Foi uma parada provocativa, para que você incluísse itens da conversação que teve com Delano, há pouco, quando lhe censurou o uso do verbo “desenvolver”, incluso na indagação anterior dele, como complemento ao autorizado “clarear” (risos). Você lhe disse que seria desrespeitosa a provocação, e, logo agora, como percebe, acaba por demonstrar a mesma ordem de preocupação comigo. Permita-me, se isso não lhe fere os sentimentos (risos), discordar de você. Sua postura é muito respeitosa, mas não acredito que o pedir a alguém que “desenvolva uma temática” pareça uma “ordem”, conforme você se explicou com ele. Seu cuidado revela, porém, o tato psicológico a lidar com realezas e egos humanos, com quem trava contato diariamente (e acredito dispensar cuidados desse gênero – risos), além de, por outro lado, grande reverência à Hierarquia Espiritual que represento – neste aspecto, muito saudável, espiritual e moralmente, porquanto denota lucidez, já que todo ser humano jaz sob influência, quer queria ou não, quer saiba ou não, desta Rede de Inteligências e Corações mais avançados. O respeito, entretanto, não se encontra nas palavras, nem nas formas de abordagem (embora possam essas evidenciar sentimentos oclusos), mas sim nos sentimentos por eles mesmos. E ambos – você e Delano – têm-nos em alta conta, muito mais alta do que de fato merecemos ou precisamos receber (risos).
(BdA) – A senhora, então, poderia “desenvolver” o tema, por gentileza?
(EE) – Sim, meu filho, apesar do seu “senhora” (ao se dirigir a mim), que lhe não é habitual, pela intimidade – voltamos ao tema de “palavras e respeito”, nem sempre correspondentes de modo literal e direto. Era preciso apelar para a instintividade primitiva, reprimida durante séculos de obscurantismo medieval, ainda extremamente atuante, no quesito da sexualidade (entre outros), mesmo na virada do século XIX para o XX (período de mais intensa atuação de Freud), tanto que tivemos a eclosão de duas grandes conflagrações mundiais. Se o famigerado médico austríaco tivesse sido levado a sério, pela grande massa, isso poderia ter sido evitado: a pulsão do ‘thanatos’ seria, então, substituída pela da libido, como aconteceu, a posteriori, com a Revolução Sexual dos anos 1950/1960. E, assim, a sexualidade represada eclodiu para o campo das concepções conscientes humanas, ainda que com o adereço conceitual pouco confortável às mentes menos elaboradas da época, afeiçoadas às manifestações de mera operacionalidade no mundo concreto-material, com pouquíssima inclinação às vivências de interioridade, como os prazeres estéticos, filosóficos e psíquico-psicológicos propriamente ditos, quais as vivências imagéticas e/ou místicas.
(DM) – Não saberia dizer se a questão que apresento agora está implicada no que a Senhora muito profundamente nos explana, mas perguntaria: por que nos atraímos, fisicamente, por uma pessoa e não por outra, por um tipo físico ou psicológico e não por outros? por que somos impelidos pelas paixões, amiúde à revelia, muito nitidamente, de nosso querer consciente e mesmo de nossa educação e formação cultural?
(EE) – O sobre que você me pede desdobrar considerações vai além mesmo, querido filho, da atração físico-sexual a que se referiu em seu questionamento. Há a atração física que não implica sexualidade, como o gosto de abraçar e estar com alguém, ainda que não haja afinidades psicológicas ou desejos sexuais. Trata-se de uma satisfação relacionada à energia que a pessoa nos emana. Depois, adentramos o universo do elemento com que você nos provocou: a atração sexual, que apenas aprofunda o item anterior. Entrementes, os indivíduos se fazem amigos uns dos outros, íntimos entre si, pelo mesmo involuntário mecanismo. Se forem bastante honestos consigo, notarão que não regeram, com muito poder de manobra, os processos que fomentaram e mesmo que mantêm até a presente data os laços que entretêm com tais criaturas que lhe são semelhantes, num plano de profundidade – ou seja: não podemos deixar de atribuir toda a engrenagem a vetores do inconsciente.
O ego, a parte consciente da mente humana, muito gostaria de ter mais poder sobre os outros e até sobre si próprio; no entanto, possui uma margem de manobra (reiteramos a expressão – se é que assim podemos dizer) ou um coeficiente de liberdade (como seria melhor afirmar) bem menores do que mui ardentemente desejaria possuir. O inconsciente prossegue como o grande desconhecido, para cada criatura humana, ou, n’outras palavras (elucubrando já nos âmbitos filosófico e espiritual): o autoconhecimento deve ser uma matéria de preocupação, ocupação e trabalho constante – isto é: ocupação consciente e responsável, estudada e disciplinada. A imagem do iceberg (cuja ponta superior, à superfície do oceano, representa, dentro da metáfora, a face consciente da psique) continua excelente figuração, para nos traduzir o que pretendemos enunciar. Imaginemos que o iceberg somos nós, em nossa totalidade individual, incluindo os aspectos potenciais, para a infinita evolução, no sentido do futuro distante.
Não se conhecer em profundidade (na profundidade que seja possível) é sempre extrema e visceralmente perigoso. Há processos que, uma vez desencadeados, fazem-se deveras difíceis em sua erradicação – como bem o revelam os vícios. E, se a dependência a substâncias químicas já constitui um desafio que exige a interferência de Forças Superiores à psique humana – segundo asseveram, categoricamente, todas as denominadas “Escolas dos Doze Passos” –, imaginemos que ordem de dificuldade não encontramos quando os vícios são de cunho emocional e moral. Eis a razão de os preconceitos e os paradigmas perceptivos serem tão severamente resistentes aos ventos da história. A pessoa pode estar intelectualmente convencida, mas, simplesmente, não consegue demover de sua mente as ideias em que se cristalizou, as quais tomam vida própria e, sinistramente, a dominam.
Que isso não cause pasmo, muito menos pânico em nenhum de nossos leitores. Estamos retratando uma realidade. E o que pretendemos, ao refletir sobre o tema, é que as personalidades que se descobrirem em situações similares à que descrevemos (quase todas: as que forem mais perspicazes logo detectarão traços disso em si mesmas) não se desesperem, porque o presumirem que nunca conseguirão suplantar suas inclinações destrutivas e autodestrutivas, por notarem tão difícil a mudança, é exatamente o que as leva a prolongarem, por mais tempo ainda, transformações que, embora trabalhosas, podem se dar e virão, inexoravelmente, a ocorrer, porque a evolução é da Lei Divina. Todavia, sem a participação consciente do indivíduo, o mecanismo de transcendência das falhas profundamente enraizadas pode acontecer por meios bem mais pungentes e demorados, pelas reencarnações repetitivas em padrões cármicos específicos, por exemplo – fenômeno extremamente corriqueiro, no nível evolutivo médio da Terra.
(Diálogo mediúnico travado no dia 23 de maio de 2011.)
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