“A dor dessa gente me trespassa a alma toda” – disse, certa vez, o vulto santo de Chico Xavier, quando ainda encarnado, referindo-se à multidão que o procurava, fosse presencialmente ou à distância, assestando-lhe súplicas e protestos desesperados, articulados ou em pensamento.
Observemos se não estamos – respeitadas as devidas proporções – fazendo o mesmo com entes queridos ou pessoas que consideramos nossos representantes da Espiritualidade Maior, no domínio físico de vida. Assim, não transfiramos a tais criaturas a responsabilidade do que nos cabe fazer, como obrigação pessoal intransferível. Cobrar soluções, assistência ou inspiração de irmãos encarnados, ou mesmo entregar a Deus e Seus mensageiros desencarnados a parte que nos compete nas tarefas evolutivas que nos foram designadas, constitui não só um prolongamento inútil da própria dor, mas também um agravamento de débitos, por sobrecarregarmos ombros amiúde já vergados pelas incumbências e compromissos com muitos…
Verifiquemos o que podemos fazer ou ofertar de nós mesmos por favorecer as atividades daqueles que renasceram com a delicadíssima missão de conduzir almas a Deus, sobretudo os que estão mais expostos na mídia, ante coletividades bem mais extensas, portanto.
As atribuições e implicações espirituais de obras de delegação divina dessa envergadura, quando autênticas, são colossais o bastante para que não seja possível traduzirmos em palavras a dimensão de dificuldades e padecimentos inimagináveis ao cidadão comum da Terra dos dias que correm. Isso porque esses missionários do Céu, provisoriamente presos na superfície do orbe pelos laços reencarnatórios, enfrentam e contrariam continuamente, década sobre década, interesses constituídos, muita vez de milhões de pessoas, não raro “batendo de frente” com viciosas e maléficas cristalizações milenares…
Não fosse a constante proteção de Autoridades Espirituais de Esferas Sublimes, quase sempre mobilizando verdadeiros exércitos de agentes da Luz, e esses enviados das Alturas não lograriam manter-se no plano material de existência por muito tempo.
Vigiemos e oremos, porquanto frequentemente, quando pensamos que muito fazemos por cooperar com o bem comum e com o trabalho específico de certos vanguardeiros da evolução espiritual reencarnados, podemos mais estar lhes causando tropeços e ônus adicionais (ainda que nos sentindo bem-intencionados) do que legitimamente auxiliando-os em suas sagradas delegações de altíssima responsabilidade.
Espírito Gustavo Henrique
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar
23 de setembro de 2015