Benjamin Teixeira
pelo espírito Anacleto.
Minta por muito tempo, e logo estará acreditando em sua mentira, perdendo-se nos meandros de sua fantasia.
Represente a loucura com um pouco mais de perfeição, e, em curto espaço de tempo, não notará diferença entre representação e realidade.
Lute constantemente, e notará a vida se converter em um campo de batalha.
A psique não só cria uma realidade virtual, dentro das fronteiras de seu território, mas também funciona como uma estrutura atrativa de realidades externas.
Não só entidades desencarnadas de teor equivalente ao padrão mental do indivíduo entram em sintonia com ele, potencializando-lhe os estados interiores, como outras forças, ainda fora do grau de compreensão do ser humano da Terra, que poderíamos resumir, grosseiramente, no campo da fenomenologia arquetípica, são convidadas a interferir em sua mente, envolvendo-o em voragens de difícil saída.
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Palavrões, xingamentos, blasfêmias, fofocas e ataques gratuitos funcionam como ímãs de desgraça na vida do indivíduo, fazendo-o pára-raios de tragédias.
Cuidado com o poder da palavra. A força da mente humana, de poder criativo divino, jaz por detrás dela.
Selecione o que diz, como diz, com que intenção diz. Pelas suas palavras você definirá seu destino. Lembre-se das palavras sábias de João Evangelista, no intróito de seu Evangelho: No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus.
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Cuide de sintonizar o melhor, pela força da disciplina dos sentimentos. Não deve reprimir emoções, mas sim estudá-las, compreender-lhes as motivações ocultas, para, por fim, administrá-las ou, se possível, transmutá-las. Soltar impulsos equivale a soltar um leão no circo.
Sua mente consciente é o dial do rádio de sua psique: escolhe a frequência em que estagia, criando, com o tempo, condicionamentos, conforme a somação e a continuidade de suas opções.
Nem tudo pode ser feito conforme o ideal, de imediato. Mas muito mais do que a preguiça humana gostaria de admitir exequível pode ser, de pronto, levado a cabo: basta realmente você querer isso.
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A lealdade é um impulso básico das almas nobres. Ainda que impregnada de más premissas, a mente realmente digna sabe ser fiel a seus pressupostos de verdade, aconteça o que acontecer.
Atente-se para o senhor a que serve, porque se não fizer isso conscientemente (a nobreza de alma a que fazemos referência), fará isso inconscientemente, por impulso de sobrevivência psicológica, sendo coerente a presunções de verdade subliminares. Quem rouba, por exemplo, segue a verdade de que convém tentar levar vantagem sobre os outros, surripiando-lhes as posses, como se a propriedade não contivesse um significado implícito, mas fosse, tão-somente, uma questão de localização espaço-temporal dos objetos.
A mente humana busca sempre confirmar seus paradigmas, para não atravessar a crise da ruptura do significado. É assim que alguém suspira feliz, quando uma desgraça acontece, porque, segundo ela, em suas palavras, na recepção da notícia funesta: Eu sabia que as coisas estavam andando certas demais… É por isso que aquilo que até pouco tempo se chamava de neuroses e psicoses ocorria como última dramática medida da mente em manter alguma consistência e lógica num universo interior mergulhado em caos.
Defina seus valores, defina seu senhor, ou será escolhido por eles, sabe-se lá quais. Prefira Deus, em Seu Infinito Amor, ou terá contas a pagar com o infinito terror…
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A contestação só é válida quando bem fundamentada. Protestar por protestar, ser do contra, agir na contra-mão só pra contrariar é atitude típica de mentes imaturas, que ainda estagiam no campo da reação, por não se terem afirmado para si mesmas, por não saberem quem são ou o que querem realmente.
A hostilidade gratuita e/ou sistemática é a conduta de quem vive assustado, já que, vulnerável por não ter consolidado o próprio sentido de eu, teme ser invadido, possuído ou deformado por tudo que vem de fora.
Quem realmente é maduro não é reativo: é ativo, em um primeiro nível; pró-ativo, num segundo; criativo num terceiro. Explicando, respectivamente: mentes mais desenvolvidas buscam ser práticas, quando no despertar da inteligência; antecipam problemas, engendrando soluções antes que a dificuldade tenha surgido, quando aguçam a perspicácia; e criam universos novos, por meio de soluções além dos parâmetros presentes de realidade, quando atingem a excelência da sabedoria.
Fazer barulho é para bebês, que são inevitavelmente carentes e indefesos. As mães amamentam, dão-se, nutrem.
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Quebre o silêncio de seu comodismo: a inércia da verdadeira morte: a morte da alma, do ideal, da vontade de viver.
Brigue contra a tendência a manter-se parado: mova-se, ainda que um milímetro todos os dias, no sentido do seu ideal, mas não admita ficar no charco, aspirando a podridão da lama.
Você pode, se quiser, se você souber que é dono de seu destino, se você almeja libertar-se da dor e realmente deseja caminhar em direção à felicidade.
(Recebido em 10 de fevereiro de 2001.)