Percepções mediúnicas e espirituais podem ser mais intensas e reais que as sensoriais.
Sem a Existência de Deus, sofreríamos uma queda livre no nada. A Divindade é o Piso Fundamental da realidade, sem que pessoa alguma seja o Ser Absoluto, assim como ninguém é o chão em que pisa.
No Brasil, em que há uma cultura muito afeita ao mediunismo, costuma-se menoscabar o essencial no assunto de intercâmbio, conexão, comunhão e experiências paranormais, místicas ou espirituais: essas vivências se revelam basicamente intuitivas, mentais ou telepáticas, pouco acompanhadas de ocorrências plenas ou objetivas dos quatro “psis”: psicografia, psicofonia, psicovidência e psicoaudiência.
Amiúde, tal visão superficial e deformada da complexa temática leva gente de mau caráter à fraude e, em contrapartida, induz personalidades decentes e mais autocríticas a não reconhecerem fenômenos genuínos, inclusive os que acontecem por seu próprio intermédio.
Também existe, embora em menor escala, a crença difundida de que os verdadeiros ou os melhores transes mediúnicos implicariam perda de consciência. Ao contrário, o escopo precípuo das ferramentas psíquicas é fomentar, aprofundar, ampliar ou elevar a lucidez do indivíduo, e não lhe eclipsar a inteligência e o juízo de valor.
Deve-se, outrossim, fazer uma distinção clara entre Espiritualidade autêntica e magia egoico-tenebrosa: são opostos de bem e mal, presentes dentro e fora das religiões convencionais. A primeira concerne à Graça Celeste e Seus Fluxos sempre abundantes e magnânimos; a segunda diz respeito ao investimento destrutivo ou, no mínimo, contraproducente de créditos cármicos, a começar dos imediatos e imprevisíveis efeitos do desalinhamento com a Divina Vontade, invariavelmente benevolente e sábia.
Em uma analogia pobre com o vício em drogas, a magia traz resultados rápidos, aparentemente positivos, mas acarreta consequências trágicas, em sequência interminável. A ideia apresentada em contos de fadas, de que a magia tem um preço, constitui um alerta gravíssimo e literal às multidões, pelos canais psicológicos profundos que a mitologia e o estudo dos arquétipos investigam.
Cabe a cada um(a), dessarte, buscar o Reino dos Céus em primeiro lugar¹, como asseverou categoricamente o Cristo-Verbo Jesus, para que todas as demais problemáticas da vida sejam solucionadas, em tempo certo e de conformidade com a Perspectiva Divinal, não de acordo com a ótica humana, comumente equivocada.
Em outras palavras, é dever de toda criatura senciente escolher se tornar servidora do bem. E, para se aprimorar nesse mister, imprescindível identificar e desenvolver a função intuitiva de ler a própria consciência e agir em coerência com as determinações ou, ao menos, com o que lhe pareça sugerir esse centro do ser.
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, EUA
29 de novembro de 2023
1. Mateus 6:33.