Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eustáquio.

“Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fria a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.”

Jesus (Mateus, 10:42)

Médium amigo, que por ora estagias em corpo de carne:

Aproveita a hora que corre, e estende teus braços fraternos, àquelas mãos súplices que te pedem uma côdea de pão ou um cumprimento afetuoso.

Vê que não estejas a aguardar ocasiões excepcionais de ser útil, e, assim, improvisa a lição, o gesto de bondade, a palavra amiga, o sorriso sincero.

Se te sentes inapto ao vôo espetacular dos grandes psicógrafos ou aos fenômenos ímpares da cura milagrosa, oferece agora mesmo um copo d’água pura, em nome de Nosso Senhor, que até isso te será levado em conta.

Não esperes pelo melhor, para realizar o essencial. O serviço fraterno é obrigação diuturna do cristão, e para ser útil e solidário, não é necessário ir além, porque, em toda parte, há carências a atender, dores a consolar e confusões a orientar.

Tens estrutura mental que te exige compelir-te ao bem. Se negligencias este impulso, converter-se-á ele em víbora insidiosa, a enrodilhar-se em torno do eixo de tua consciência, sufocando-te a alegria de viver, além de atrair ocorrências nefastas de variada monta e qualidade, para teu caminho de alma adusta, até que despertes para a verdade da Fraternidade Universal que deve reger todos os seres da Criação.

Faze agora o que podes, porque Gênios Bondosos do mundo invisível a teu sensório vulgar esperam-te a iniciativa do bem fazer e a sintonia dos bons sentimentos, para que possam providenciar alegria e paz sobre a Terra.

E, ainda que não sejas dotado de mediunidade ostensiva, rememora que toda criatura humana, pelos dotes da inspiração – patrimônio universal da espécie – pode estabelecer ressonância com as mais altas esferas de consciência; ao passo que, amiúde, médiuns prodigiosos jazem embotados no eclipse da loucura ou na voragem de obsessões tenazes, a lhes destroçarem a alegria de viver e a paz.

Faze agora o que podes, e segue tranqüilo.
Move tuas mãos e teu coração, teu cérebro e tua bolsa, em benefício dos irmãos em humanidade que te cruzam caminho, e estarás, em verdade, improvisando a própria felicidade, como sementes de luz plantadas em teu destino, a germinarem em tempo certo, em colheitas sabe lá Deus quão fartas serão, talvez para muito mais cedo do que imaginas possível…

(Texto recebido em 16 de novembro de 2004.)