pelo espírito Eugênia.
Sua mente jaz embotada. A preocupação lhe cassou a criatividade e você “mofa”, angustiado, no tormento da inatividade. Se assim se sente, prezado amigo, ao reverso de permanecer parado, mesmo supondo-se sem nenhuma força para sair da inércia, mova-se e persiga o bem que o iluminará: a ação correta. O trabalho é uma das bênçãos maiores da vida, a atrair forças construtivas na direção de quem lhe confia os esforços. Obviamente, não postulamos atitudes extremadas – e é exatamente disso que tratamos a seguir –, mas sim que se procure manter o espírito do movimento, na constante busca do progresso e da plenitude.
Há tempo para tudo. Se você não conseguiu fazer 100% do previsto, faça 70%, mas faça uma parte de tudo e não tudo de uma parte. O ser humano de hoje tem uma lamentável tendência de, com pensamento linear, só compreender o valor das coisas em sua integralidade. O espírito da totalidade não deve ser confundido com pretensão de perfeição. A busca da integração psicológica diz respeito a fazer um pouco de tudo, ainda que apenas um pouco, mas de tudo que realmente seja importante ao indivíduo.
Não se trata de abarcar o mundo com as pernas, como se fala na gíria popular. Não aludimos ao aeronauta, por exemplo, que quer ser “expert” de jardinagem, culinária e computação gráfica ao mesmo tempo. Tem-se, aí, uma mente imatura, impregnada de presunções tolas e uma cavalar dose de ignorância. Referimo-nos, sim, àquele que abandona uma parte de seus sonhos em função de outra; àquele que renuncia à felicidade com a família e o casamento, para ter prosperidade no trabalho; à dona de casa que abdica de completar os estudos e ter uma carreira profissional, por supor que deve se dedicar inteiramente aos entes queridos. No final das contas, a frustração de um âmbito da psique contamina todo o cosmo mental, estragando tudo, e tornando completamente inútil o sacrifício, que, aliás, não deveria ter acontecido desde o início. É o caso da mãe em tempo integral, frustrada, que tiraniza os filhos com o destempero emocional da pessoa infeliz que se tornou. “Amar o próximo, como a si mesmo”, já dizia Nosso Senhor. Se quisermos fazer bem aos outros, precisamos cuidar de nós próprios primeiramente. Trata-se de uma questão de responsabilidade e não de egoísmo. Se não estou bem, não posso fazer bem a ninguém.
Aprenda a conciliar as coisas. Nem sempre podemos ter tudo, mas devemos fazer todo esforço no sentido de darmos o máximo possível de nós mesmos, em cada área capital de nossas vidas, para que o peso da frustração não nos oprima.
Se você só tem uma hora livre, para ler, estudar Inglês e conversar com os filhos, dedique vinte minutos a cada função, mas faça das três, sem omitir nenhuma delas. Claro que, volta e meia, pode você se devotar mais a uma função que a outra de sua existência, sem prejuízo. O problema surge – e como é comum! – quando se resolve, diariamente, negligenciar um campo, em prol de outro.
Repense as atitudes de administração de seu tempo. Evite interrupções constantes no trabalho, telefonemas demorados e encontros viciosos, em que nada se acrescenta e, quase sempre, muito se perde, como as rodinhas de bar, bem à moda brasileira.
Você é dono de seu tempo. As vinte quatro horas do homem mais ocupado e produtivo são as suas mesmas vinte e quatro horas diárias de oportunidades benfazejas de serviço, experiência e crescimento pessoal. Se lhe falta tal capacidade de aproveitar o quadro de horas que lhe é ofertado pela Divina Providência, cabe-lhe confeccionar uma estratégia mais adequada de administração de seu tempo, disciplinando-se rigorosamente a ela e motivando-se ao dinamismo de quem quer extrair o máximo da vida.
Não se entregue ao torpor do desânimo. Você pode vencer, se quiser… e o fará. Obedeça a si mesmo, nas determinações que estabelecer quanto ao próprio destino, trabalho, meta e aplicação, na certeza de que, pondo o córtex cerebral acima do cérebro límbico e do hipotálamo – ou seja: posicionando a razão sobre as emoções e sensações (não para reprimi-las, mas para dirigi-las) –, você criará fabulosos hábitos de vitória, vencendo, galhardamente, em todas as circunstâncias, triunfando no confronto com cada adversidade, convertendo-as em maravilhosos desafios à contínua transcendência de si, em busca da plenitude, da paz e da felicidade.
(Texto recebido em 19 de agosto de 2000. Revisão de Delano Mothé.)