Benjamin Teixeira
pelo
Espírito Eugênia.

Não esperes, prezado amigo, que responsabilidades de vulto, no concerto dos acontecimentos de expressão coletiva – afora mui raras situações de exceção –, sejam confiadas a indivíduos que não portem almas envelhecidas, no carreiro evolucional, como também não tenham amadurecida a máquina orgânica (aqui aludindo, em particular, ao aparelho encefálico, que esteja com um arcabouço neuronal devidamente “esculpido” e “entretecido”, para as funções de maior complexidade a serem desempenhadas) de que façam uso, no transcurso da existência física, para a qual haja sido definida a delegação de autoridade para o servir mais amplamente.

Seja no estadismo de brilho, no legislar com sabedoria, na criação de gêneros artísticos refinados, na condução de almas para Deus – em qualquer área onde se exige a quintessência do poder humano de avaliar, compreender com amplitude e profundidade e conceber com sofisticação e complexidade –, eis que vemos encarregadas pessoas que, além de serem espíritos de escol reencarnados, estagiam na casa de 60, 50 ou, no mínimo, 40 anos de vida física, deliberando a benefício de muitos.

Este princípio é de tão notado relevo, nos efeitos construtivos que se esperam de quem tem o interesse e o bem-estar de grandes agrupamentos humanos em suas mãos, que podemos asseverar: melhor seria estar-se na casa de 70 e 80 anos de idade (mesmo quando se apresentem algumas limitações orgânicas), do que na casa de 20 ou 30 (mormente se há uma excessiva presença de energia e passionalidade), para se ocupar a posição de decidir e agir com proveito e segurança, em campos melindrosos de ação e saber, em prol da coletividade (hoje) e da humanidade (em sentido atemporal).

Faze hoje o pouco continuado dentro de teu alcance; apura-o um pouco, todos os dias; procura meios de potencializar o raio de influência de tua obra… mas que haja, acima de tudo, a intenção sincera de alinhar-te e servir à Vontade de Deus, mais que aos caprichos do próprio ego aficionado em tamanho e quantidade, porque será em acrisolando a qualidade de tuas vibrações (leia-se: verdadeiras motivações) que, mais apropriadamente, estar-te-ás preparando para eventuais tarefas de maior envergadura, que te aguardem de futuro.

E se, por um acaso, não te estiver destinada nenhuma missão agigantada, no concerto dos acontecimentos de massa, nem por isso te entristeças, porquanto pode ser este mal-estar um sorrateiro sussurro do ego, e certamente o será, se te permitires parar o bem que fazes, por não ter ele o tamanho que almejas.

Cabe-te o dever de fazer teu máximo a serviço do próximo, sempre, sobremaneira no quesito qualidade. Deixa por conta de Deus e Seus Representantes o elemento de expansão do alcance da utilidade que prestas, e lembra-te de Jesus, no dia da primeira multiplicação dos víveres, como narrado nos Evangelhos sinópticos, Que, recebendo de Seus Apóstolos apenas dois peixes e cinco pães, fê-los, empós isso, desdobrarem-se em milhares, alimentando imensa multidão, contadas, conforme o relato bíblico, em cinco mil homens, sem considerar mulheres e crianças, até que sobrassem doze cestos cheios de restos.

Confia em Deus e segue. “Quem serve prossegue”, asseverou, com síntese e acerto ímpares, grande mensageiro da Luz, por intermédio das mãos límpidas de Chico Xavier. Segue esta flama, e viverás em abundância de trabalho, solidariedade e, principalmente, de paz de consciência. O demais, francamente – caso estejas de fato em sintonia com o Alto –, pouco te haverá de importar…

(Texto recebido em 9 de dezembro de 2009.)


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