Você não pode “erradicar” um problema de sua psique – o que é extraído ou cindido de sua totalidade indivisa mergulha no inconsciente e, cedo ou tarde, retorna degenerado e fortalecido ao campo de sua mente consciente, furtando-lhe, provisória e parcialmente (em graus variados de desequilíbrio), o governo sobre si, justamente (com alta probabilidade de assim acontecer, por haver maior fragilidade emocional) nas mais inconvenientes e, amiúde, mais desastrosas situações…
Outrossim, não tente “equacionar” suas questões existenciais, porquanto não há variáveis que resumam a subjetividade inextricável da alma humana. Adotar um prisma reducionista, na administração do próprio universo interior, redunda, inelutavelmente, em se alienar de numerosas camadas de sentido e de incontáveis vetores menos perceptíveis de motivação que lhe constituem a individualidade integral.
Somente com um espírito permanente de busca de tesouros ocultos nas profundezas do ser, de enfrentamento de pântanos internos de deficiências e vícios a serem drenados, de mapeamento de territórios psicológicos de extensão indefinida… pode a criatura humana, mui paulatinamente, assumir algum poder de gerenciar, com equilíbrio e lucidez relativos, o inerente caos de elaboração e fermentação do seu psiquismo, adquirindo, dessarte, também gradativamente, paz e felicidade mínimas para seguir no cumprimento de seus deveres evolutivos, no desdobramento de sua vocação singular, em todos os âmbitos da existência.
Eugênia-Aspásia (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Recife (PE/BRA), 27 de fevereiro de 2018