Desde a mais tenra infância, apresentei tendências medianímicas. Filho único até os três anos de idade, era flagrado conversando com, nos dizeres do jargão da psicologia infantil: “amigos imaginários” (*). A questão é que, também dotada de mediunidade ostensiva, minha mãe igualmente entrevia os companheiros desencarnados com quem eu entabulava longas conversas, e, deste modo, nunca me desestimulou as conversações, ao identificar meus interlocutores como seres do bem.
Na pré-adolescência, bem como na adolescência inteira, vi vultos, objetos se moverem em torno de mim (sem que ninguém os tocasse), portas e janelas batendo sem o menor golpe de vento, tanto quanto percebi vozes que surgiam do nada… No colégio, em algumas ocasiões, compus redações “tomado” por força ignota, sem conseguir fazer o braço parar, num nível de concatenação de idéias visivelmente acima de minhas condições intelectuais da época. Mas eu julgava, até então, ser dotado de imaginação muito fértil…
Veio-me o Espiritismo, quando tinha pouco mais que 17 anos conclusos, em fevereiro de 1988. Foi quando comecei a me dar conta – mas, ainda assim, a pouco e pouco – de ser dotado de sensibilidade psíquica acima da média. Nos três anos que se seguiram, travei meus primeiros diálogos com as inteligências do mundo “invisível”; escrevi mais perceptivelmente sob condução de outras mentes; vi a mentora espiritual Eugênia pela primeira vez (julho), fora do corpo; li a obra de Kardec; engajei-me no movimento espírita; travei meus primeiros contatos com a obra mediúnica de Chico Xavier; iniciei a publicação de artigos na imprensa (abril de 1990), com tom espírita; e até comecei a fazer palestras públicas (maio de 1991). Entretanto, somente em agosto de ’91, no dia 29, que marca a efeméride espiritista do natalício de Adolfo Bezerra de Menezes, o famigerado “médico dos pobres”, cognominado “Kardec Brasileiro”, sentei-me, pela primeira vez, à mesa de uma reunião mediúnica, para trabalhar na condição de medianeiro entre as duas dimensões de vida. A esta altura, já fazia exercícios solitários, e havia sido notificado, pelos orientadores desencarnados, de que desejavam fazer uso de minha sensibilidade, para grafarem, no transcurso da própria reunião de desenvolvimento e desobsessão da Federação Espírita Sergipana, que freqüentava, então. 28 laudas de psicografia surgiram, como que “do nada”, naquela primeira oportunidade de trabalho em regímen de controle, conforme a metodologia kardecista de gerência das faculdades mediúnicas, até hoje não superada. O braço, veloz, deslizava sobre várias folhas de papel em branco, escrevendo notas de conforto e esclarecimento para os presentes, ao lusco-fusco do ambiente.
Começava a “via crucis” do desenvolvimento mediúnico, desde o ataque de companheiros espíritas a, principalmente, grandes adversidades dentro de mim mesmo, em consonância com as energias e vibrações mentais de agentes perturbadores do domínio espiritual de existência. Não tenho como dimensionar a gravidade e a extensão das crises íntimas e externas que tive que atravessar para chegar aqui. As sensações de proximidade de loucura, de total esgotamento e colapso nervoso, bem como de completa impotência, para facear desafios e complexas problemáticas, foram tão freqüentes, no correr destes anos, que lhes perdi a conta. Trabalhar com equilíbrio e serenidade, entre ondas mentais estranhas à própria, em território hostil, tanto no plano social, profissional, religioso, quanto até familiar, não foi, realmente, nada fácil. E se não desisti, apesar de me considerar uma pessoa persistente, devo, realmente, à Assistência Divina e de Seus Santos Emissários, que me mantiveram de pé ou me soergueram de quedas um sem-número de vezes. Posso garantir, contudo, que nenhuma dificuldade ou provação que tenha atravessado se compara ao júbilo indescritível de conviver e ser orientado pelas sábias inteligências do Plano Sublime de Vida, mais uma vez fazendo menção especial à amabilíssima e lúcida Eugênia. Tal regozijo, sem dúvida, eclipsa, por inteiro, toda dor ou dificuldade que eu tenha vivido ou ainda suporte, por perseverar nesta seara bendita da “mediunidade com Jesus”, nos dizeres clássicos do Movimento Espírita.
15 anos se passaram, desde aquela data seminal de início de minhas atividades como médium operacional. Um debute espiritual. Curiosamente, só agora começo a me sentir realmente “formado”. Uma boa analogia do delicado e intrincado da questão é a de que temos que engendrar corredores neuronais e mentais novos, para o tráfego dos informes intermundos, e, sem dúvida, precisei de todo este tempo para me sentir suficientemente seguro para transmitir, com fidedignidade, o que os amorosos e sábios mentores espirituais, sobremaneira Eugênia, pretendem nos comunicar.
Tinha 20 anos à época. Conto com 35 de idade, na data em que grafo estas linhas. Como o tempo passou rápido! Quais pérolas de Luz, lançadas às margens do trajeto, beneficiando os que estão nos acostamentos da via sinuosa da existência, pelo transcurso de uma década e meia de trabalho mediúnico e busca espiritual, que não teria como aquilatar, em importância e significado, tive desdobramentos incríveis, espetaculares visões do “outro mundo”, diálogos inesquecíveis, e, por tudo isso, sou imperiosamente compelido a dizer de toda a gratidão que posso ter por Eugênia e seus amigos, que me propiciaram, assim como aos que me ouvem e lêem, a graça de instruções inapreciáveis, de imorredoura beleza, a nos favorecerem a paz e a felicidade.
18 anos, desde que vi Eugênia pela primeira vez; 15 anos, que comecei a exercitar o trabalho mediúnico, tecnicamente, na condição de médium ativo, a serviço dos bons espíritos. Uma “maioridade” e um “debute” simultâneos, e ambos devo à doce e sábia Eugênia, nobre e proficiente condutora, que soube contornar, quanto possível, todas as miríades de deficiências e limitações que meu psiquismo apresenta, em seu precário nível de evolução.
Não poderia deixar passar esta data “em branco”, e, por isso, eis-me aqui a digitar estas palavras despretensiosas. A ela, meu agradecimento sem-tamanho, e os votos de que tenha forças e inspiração para continuar a obra ingente de conhecimento e amor que, por meu intermédio, logra parcialmente concretizar (parcialmente por culpa e limitação minhas), em prol do ideal de esclarecimento e consolo das multidões.
O Irmão em Cristo, Jesus e Maria Cristo,
Benjamin Teixeira,
Aracaju, 29 de agosto de 2006.
(*) Claro que, muitas vezes, há apenas construções fantasiosas do inconsciente da própria criança, para que enfrente e se compense da angústia de solidão em que se sente inserida. Entretanto, freqüentemente, por meio desta chave de sintonia psíquica, de fato, agentes desencarnados podem entrar em ressonância mental com a criança, fomentando-lhe, involuntariamente, o exercício mediúnico.
(Nota do Médium)
Leia, no “Destaque Salto Quântico” (ícone à esquerda de seu monitor), artigo sobre as habilidades mediúnicas de Benjamin Teixeira, expressas, maravilhosamente, em mensagens dos bons espíritos de cunho pessoal que ele recebe, diariamente, para os que o visitam, em seu Culto do Evangelho.
Equipe de Divulgação e Edição.
Aproxime-se da Espiritualidade Superior você também, caro leitor, beneficiando-se de Sua sabedoria, proteção e amor. Freqüente as palestras gratuitas do líder encarnado do Projeto Salto Quântico, o médium Benjamin Teixeira, que acontecem no Espaço Emes, em Aracaju, Sergipe, às 19 h e 30 min de domingos, nas quais, além da inspiração dos Imortais em todos os tópicos abordados, ainda há a fala direta dos grandes mestres desencarnados da Espiritualidade, ao fim da reunião, através da psicofonia do orador espírita. A assiduidade semanal a atividades como esta, de busca coletiva de Deus e da Espiritualidade Sublime, é indispensável à consecução de nossos objetivos de paz, sabedoria e felicidade, em todos os departamentos de nossas existências.
Fonte: http://www.saltoquantico.com.br