Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.
Não se deixe ludibriar pelas sensações de cansaço e tristeza, nem pelos momentos em que recalcitra em antigas inclinações pouco felizes, que sabe típicas da condição humana. A santidade, assim como a genialidade, sofre o cadinho do vício e da estultícia para se depurar.
Destarte, não se considere mais malogrado em seus esforços de realização, quando estiver num mau momento. Persistência não significa ausência de oscilações. Você é humano – a contradição e a inconstância, por muito tempo ainda, farão parte de sua natureza e da sua rotina. Isso, contudo, não implica que não tenha caráter: apenas não é perfeito.
Não estou sendo conivente com licenciosidades ou displicências. Tão-somente considero uma realidade psicológica inequívoca, de que não se pode evadir. E tentar, a qualquer custo, ocultá-la ou denegá-la, equivale a sentenciar-se a frustração e altas doses de depressão e perda de tempo, oportunidades e preciosas energias, que muito bem poderiam estar sendo aplicadas no campo do bem, ao reverso de no combate do mal.
Perdoe-se, agora, amigo, e levante-se. Não olvide que os mentores amorosos, que velam por seu destino, e a Divina Providência bem conhecem suas limitações e não lhe cobrariam nada que ultrapassasse suas forças reais. Deste modo, siga adiante, feliz, na certeza de que, se hoje não faz tudo que idealiza, pode fazer o que está em seu alcance, para, quanto antes, ser o que realmente pode ser, e fazer tudo que está, verdadeiramente, no plano de sua programática existencial.
(Texto recebido em 10 de março de 2001.)