Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia

Diante de dores acerbas, que o convidam ao desequilíbrio, considere-se convidado a desenvolver um nível mais alto de consciência, de maturidade psicológica. Se você consegue manter o fio de prumo do bom senso, da ponderação, em instante difícil, imagine o que não fará em momentos menos graves. É essa a hora de, definitivamente, dar um passo à frente, no seu processo de crescimento espiritual.

Quando uma provação intensa chegar, não se lamente. A Providência Divina apenas o julgou apto a passar a uma nova fase de entendimento das coisas. Quando a dor é forte, estruturas conceptuais se quebram, e novos paradigmas têm oportunidade de ser vislumbrados, pela mente que se encarapita em um parâmetro mais amplo de observação e avaliação.

Aproveite a sua hora luminosa de transcendência. Dói um pouco, mas os benefícios serão tão maiores, por conseqüência do aprendizado, que você agradeceria o ensejo já de agora, caso pudesse dar uma rápida olhadela no futuro.

Você é feliz, amigo, mais do que pensa. E, se seu momento agora é de dor, cabe a você, com sua conduta, mantendo a lucidez e tentando, a todo instante, extrair as lições que lhe são ministradas, transformar a tristeza em motivo de alegria, alegria em medida exponencial, pelo mérito de uma nova conquista moral que estará fazendo, na resistência, na serenidade, no comportamento reflexivo e justo.

Momento de dor não é ocasião para lamentação, e sim oportunidade para trabalho e crescimento. Faça isso, e as dores seguintes tornar-se-ão insignificantes, e enfrentá-las-á galhardamente, quase com um sorriso nos lábios, dono de si que se sentirá, antegozando a conquista dos novos poderes, méritos e capacidades que advirão da luta. Não faça isso, e as dores retornarão, redobradas, e seu desespero será cada vez maior, já que não terá aprendido a ter controle sobre si, nem a gerir as situações, tirando partido delas, para o bem e para o progresso.

Você tem alternativa? Pois é: justamente naquele instante em que você diria: “Está vendo? Não posso ser feliz!”… é exatamente o que mais lhe enseja a conquista da felicidade, em níveis mais altos de segurança, permanência e profundidade.


(Texto recebido em 12 de fevereiro de 2000. Revisão de Delano Mothé.)